Há alguns anos a seleção brasileira de futebol despertava paixões. Em ano de copa do mundo o país ganhava milhões de técnicos, desde o torcedor que acompanhava futebol com frequência e tinha certo fundamento nos palpites, até aquele que mal diferenciava o Ronaldo fenômeno da bola, mas opinava com a autoridade de um novo Pelé.
O curioso é que pelos comentários de torcedores, parecia que ganhar uma copa era a coisa mais fácil do mundo e a única pessoa que não percebia as obviedades gritantes do campo era justamente o técnico. Nem mestres do futebol, como Telê Santana, escapavam de serem chamados de burros por aqueles que juravam que “era só por um atacante”.
Apenas oito países já foram campeões, sendo que o mais vitorioso é justamente o Brasil, com cinco títulos. Racionalmente é claro que ganhar uma copa é dificílimo para qualquer time, o que não impede que a cada quatro anos surja um novo gênio da técnica, jurando que é só por um atacante.
Mais recentemente, com a empolgação do futebol em queda e a polarização política esquentando, os anos de copa perderam espaço para o destaque das eleições. Todos aqueles milhões de técnicos viraram estrategistas políticos e parece que só uma pessoa não sabe como ganhar as eleições, justamente o líder das pesquisas.
Assim como conquistar a copa, ganhar uma eleição presidencial é dificílimo. Tão difícil que alguns preferem tentar levar no tapetão. Em decisões de segundo turno são necessários mais de 50 milhões de votos e em um país tão desigual, para conseguir tantos eleitores é preciso muito malabarismo para agradar a setores com interesses muito divergentes, costurando alianças políticas em 27 estados.
Ao ler algumas matérias que analisam a corrida eleitoral deste ano, é possível concluir que um dos candidatos não tem a menor chance. Os estrategistas não se entendem, o partido está dividido, as ideias são ultrapassadas, a pré-campanha é ineficiente, o candidato só fala para os próprios eleitores, não há comando, não há objetivos claros, sobram decisões equivocadas e o candidato está isolado dentro do partido.
O cenário trágico é referente ao líder das pesquisas, estável desde meados do ano passado, com possibilidade de ganhar no primeiro turno, enquanto nomes da fantasiosa “terceira via” patinam no lamaçal criado por eles mesmos ao longo dos últimos anos.
Com a mesma cara-de-pau do amador que aconselhava técnicos profissionais, há quem aponte caminhos supostamente fáceis, óbvios e certeiros para uma campanha presidencial, inevitavelmente tortuosa e sujeita a empecilhos e alianças para lá de questionáveis.
Assim como no futebol, eleições também possuem regras inegociáveis. Em ambos é inaceitável a presença de um juiz ladrão, por exemplo. Por outro lado, pode ser necessário aceitar mudanças inimagináveis, como receber aquele político, digo, jogador que até a temporada passada jogava no grande rival.
A torcida, seja a favor ou contra, é inflamada pelas paixões e emoções, mas na hora de tomar decisões, talvez seja melhor deixar para os profissionais experientes. Nem toda decisão é fácil, nem toda escolha é óbvia e dizer qual é o caminho sem ter que arcar com as consequências é bem diferente de viver as escolhas e responder por erros e acertos.
O curioso é que pelos comentários de torcedores, parecia que ganhar uma copa era a coisa mais fácil do mundo e a única pessoa que não percebia as obviedades gritantes do campo era justamente o técnico. Nem mestres do futebol, como Telê Santana, escapavam de serem chamados de burros por aqueles que juravam que “era só por um atacante”.
Apenas oito países já foram campeões, sendo que o mais vitorioso é justamente o Brasil, com cinco títulos. Racionalmente é claro que ganhar uma copa é dificílimo para qualquer time, o que não impede que a cada quatro anos surja um novo gênio da técnica, jurando que é só por um atacante.
Mais recentemente, com a empolgação do futebol em queda e a polarização política esquentando, os anos de copa perderam espaço para o destaque das eleições. Todos aqueles milhões de técnicos viraram estrategistas políticos e parece que só uma pessoa não sabe como ganhar as eleições, justamente o líder das pesquisas.
Assim como conquistar a copa, ganhar uma eleição presidencial é dificílimo. Tão difícil que alguns preferem tentar levar no tapetão. Em decisões de segundo turno são necessários mais de 50 milhões de votos e em um país tão desigual, para conseguir tantos eleitores é preciso muito malabarismo para agradar a setores com interesses muito divergentes, costurando alianças políticas em 27 estados.
Ao ler algumas matérias que analisam a corrida eleitoral deste ano, é possível concluir que um dos candidatos não tem a menor chance. Os estrategistas não se entendem, o partido está dividido, as ideias são ultrapassadas, a pré-campanha é ineficiente, o candidato só fala para os próprios eleitores, não há comando, não há objetivos claros, sobram decisões equivocadas e o candidato está isolado dentro do partido.
O cenário trágico é referente ao líder das pesquisas, estável desde meados do ano passado, com possibilidade de ganhar no primeiro turno, enquanto nomes da fantasiosa “terceira via” patinam no lamaçal criado por eles mesmos ao longo dos últimos anos.
Com a mesma cara-de-pau do amador que aconselhava técnicos profissionais, há quem aponte caminhos supostamente fáceis, óbvios e certeiros para uma campanha presidencial, inevitavelmente tortuosa e sujeita a empecilhos e alianças para lá de questionáveis.
Assim como no futebol, eleições também possuem regras inegociáveis. Em ambos é inaceitável a presença de um juiz ladrão, por exemplo. Por outro lado, pode ser necessário aceitar mudanças inimagináveis, como receber aquele político, digo, jogador que até a temporada passada jogava no grande rival.
A torcida, seja a favor ou contra, é inflamada pelas paixões e emoções, mas na hora de tomar decisões, talvez seja melhor deixar para os profissionais experientes. Nem toda decisão é fácil, nem toda escolha é óbvia e dizer qual é o caminho sem ter que arcar com as consequências é bem diferente de viver as escolhas e responder por erros e acertos.
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