Sempre quis começar um texto exatamente assim. De forma metalinguística.
A caneta feriria o papel branco e de suas veias sangrariam metáforas milagrosas.
O zig-zag do lápis sobre o papel conceberia curiosos efeitos onomatopeicos.
A folha branca, morrendo de cócegas pelo contato com o grafite, me suplicaria por interromper a frase no meio da angustiante prosopopeia!
As aliterações deleitariam da forma mais literal...
Meus paradoxos seriam alegres e bonitos justamente pela tristeza e feiura a que aludiriam.
Os eufemismos calariam palavras difamatórias que por qualquer deslize pudessem escapar de minhas mãos.
Até mesmo os pleonasmos entrariam pra dentro de meu texto, ainda que isso pudesse desagradar os fieis defensores da pureza da língua.
Sempre quis terminar um texto com uma exclamação! Ou melhor seria terminar com uma interrogação? Bom, diante de tal indecisão, de tantas possibilidades que se apresentam, talvez fosse mais prudente um desfecho mais reticente...
Aê! Até pelegando escreve bem! =)
ResponderExcluirTá legal, colega! Muito bonito. Poste é bom! Poste sustenta a eletricidade pra gente.
ResponderExcluirUm dia desses, a gente estava conversando sobre retidão, lembram?
ResponderExcluirSobre a escolha entre retidão e curvas. Há quem identifique retidão com virtude, em oposição às curvas. Curvas seriam coisa de quem quer dar uma volta... Em alguém...
Muito bom, aff! Virei fã!
ResponderExcluirabraços
ficou poético.
ResponderExcluirSempre quis fazer um comentário elogiando a sua metalinguagem. Mt bom!
ResponderExcluirAí sim, hein?!
ResponderExcluirMuito bom!!!
Parabéns!!!
Excelente maneira de usar as palavras para falar das mesmas!!!
Abraço!!!
Belíssimo texto. Inteligente, divertido, bom de ler.
ResponderExcluirParabéns!
"Meus paradoxos seriam alegres e bonitos justamente pela tristeza e feiura a que aludiriam"
ResponderExcluirhehe adoro paradoxos.
Devorei seu texto! Claro que no sentido figurado, né. He He Não vai levar por trás, hein! he he...
ResponderExcluirAdorei o texto. Se eu fosse professora de português daria para os meus alunos fácil. Esse texto bem que poderia estar contido numa prova da fuvest ou de algum concurso. E eu realmente preciso consultar um dicionário ou um livro de gramática para lembrar do significado de várias dessas palavras que expressam figuras de linguagem. Putz! Preciso fazer isso. Ah! Dá pra procurar no google. Não deixarei de fazê-lo. Beijo!
ResponderExcluirEu não sou boa com essa coisa de comentários, os anos na faculdade de letras tiraram quase que completamente minha capacidade de transmitir subjetividade através da escrita...meu ofício é ser analítica em relação aos textos que leio.
ResponderExcluirEntão, para não me perder em mil devaneios literários e elogios genéricos, vou me limitar a dizer que eu gosto de não saber o que esperar do seu texto e de me sentir como uma criança descobrindo porque gosta de ler.
Continue o om trabalho!
A folha branca sentiria cócegas ao contato com o gravite do lápis;
ResponderExcluirUma construção de imagem interessante...
E para aqueles que não sabem concluir-se resta as reticentes, essa sim um milagrosa invenção...
Que texto legal!!!!!!.... :D
ResponderExcluirValeu, Augusto! Se o livro der certo, ele estará lá! ;) De certa forma, tem a ver com o seu "pingo no i"... Abraço!
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