No mês passado em que escrevi um dia depois do meu aniversário, pedi alegria. Pedi pra mim mesmo. Sabia que era um daqueles momentos que a vida viria pra mudar tudo e alguma coisa precisaria me segurar. Alguma alegria.
Desde então foi uma sucessão de momentos tão díspares que eu não consigo traçar nenhuma continuidade entre eles.
Passei 3 anos dormindo com o mesmo homem. Mas ele foi embora. Mas já havia outro que nem falava português e dividindo intimidades em Rio das Ostras. De repente eram outros dois californianos doidos na minha casa em São Paulo. E de repente eram 4 mulheres e eu debaixo do mesmo teto em plena Copacabana.
Tanta coisa se passou que ficou impossível de processar. Está.
Hoje mesmo eu só pensava em voltar pra casa. Pai e mãe: ouro de mina.
Chorei muito ao telefone e lembrei que nunca havia passado tanto tempo afastado. A moça do meu trabalho disse que são processos de amadurecimento quando pensamos tanto no que nos faz feliz de verdade, as pequenas coisas cotidianas pelas quais eu tanto chorava: almoço de domingo, ouvir música na sala com meu pai, esperar o almoço, ir ao cinema com a minha irmã...
Quer dizer que além dos sacodes do mês eu ainda teria que encontrar espaço pra alguma alegria pra lidar com tudo isso e me virar na saudade e na confusão dos dias e na sequencia ilógica dos acontecimentos sabendo que a FELICIDADE mesmo poderia se extraviar nos percursos e só aparecer nas tais horinhas de descuido, como bem disse Guimarães Rosa.
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