...que a cada
momento, sinto a profecia de Lennon se cumprindo: life is what happens to you
while you're busy making other plans. Sim, é exatamente isso, a vida é o que
acontece enquanto estamos ocupados fazendo outros planos. Isso me faz lembrar
que, quando os acontecimentos nos “atropelam”, é preciso ter muita serenidade
para sincronizar a realidade com nossos desejos. Quando os acontecimentos instauram
o caos é preciso lembrar que, o caos que avassala, é o mesmo que permite a
reconstrução. Isso me faz lembrar que a Fênix somente renasce de suas cinzas. Entre
cinzas e renascimentos, quanta bagagem carregamos...
Para se
equilibrar na corda bamba da vida, é preciso se livrar da bagagem desnecessária,
desapegando de tudo que não agrega, guardando apenas o aprendizado. Isso me faz
lembrar que o equilíbrio é um exercício diário...
Fico
estabelecendo sinapses de frações de vida com os poemas que li, as músicas que
tocaram na minha alma, os acontecimentos que me atropelaram e as lembranças do
que ainda não vivi. Tudo mesclado em um enredo hipotético e impalpável, apenas
viabilizado no campo das ideias mesmo quando tento não tê-las. Lembro-me do
guardanapo do Antônio “quem aprende a amar não apreende
o amor”, e isso me lembra Mário
Quintana: “o
amor é isso. Não prende, não aperta, não sufoca. Porque quando vira nó, já
deixou de ser laço.”. E isso me lembra que, há pouco, pensei que os laços mais
charmosos surgem do inusitado. Ah, o delicioso sabor do inusitado! Aquele
gostinho de quero mais que surge como fogos de artifícios nas papilas
gustativas...
Isso
me lembra que, há pouco, me perguntaram como é possível mensurar o amor. E isso
me fez lembrar que não tenho, nem pretendo ter, todas as respostas, mas estabeleci
Cazuza como unidade de medida: todo amor que houver nessa vida, unindo a sorte
de um amor tranquilo com sabor de fruta mordida! Enquanto eu simplesmente
solto estas palavras lembro que “viver é ir deixando troços, pedaços de alguém
pelo mundo. Unhas que se cortam, cabelos que se aparram, palavras, sobretudo
palavras. Palavras que têm uma vida muito breve, um fulgor entre uma boca e um
ouvido, às vezes muito emocionadas, mas que depois de ditas desaparecem para
sempre.” (RIBEIRO,Darcy). E isso me fez pensar o quanto de mim já deixei nesse
mundo, entre unhas, cabelos e palavras que eternizei. Isso me faz lembrar que
nem todos podem interpretar as minhas entrelinhas...
Nenhum comentário:
Postar um comentário