Ele começou a reagir de forma estranha. Queria poder ter feito algo pra impedir. Queria matar o homem. Se ele pudesse teria batido nele com aquela força que não parava de crescer dentro dele. Sentiu raiva. Foi quando, atendendo aos seus pedidos, ela se levanta e da um tapa na cara do marido. E outro. E bate nele como ele queria ter batido. Ele não se sente satisfeito. Por ele o rosto do sujeito nunca mais seria o mesmo. A vontade que ele tinha era de acabar com toda a raiva que ele sentia usando a força em cima daquele sujeito.
A cena acaba e ele se depara com aquele sentimento de raiva que o havia dominado. Se sentiu ridículo por se deixar levar por uma cena de novela. Foi quando percebeu que não tinha sido a cena. Que aquela cena mexeu com o algo que ele tinha inconscientemente tentado apagar da memória durante a vida toda. E soube que era melhor ninguém nunca encostar em uma mulher daquela forma na frente dele. Logo ele, que nunca havia usado violência na vida e era absurdamente contra qualquer tipo dela, se surpreendeu com a novidade de que não seria tão pacífico quanto sempre imaginara. Não nesse caso.
Essas epifanias são muito importantes, é importante não deixar essa voz inconsciente se calar. Nunca.
ResponderExcluirAdorei o acessar o sentimento pela novela, mas também pelo seu texto. Eu já estava começando a sentir a raiva daqui. Muito visceral o texto. Belo!
ResponderExcluirLendo, vou imaginando a cena!
ResponderExcluirQue delícia isso!
Parabéns!
Sempre profundo, nunca banal!
ResponderExcluirParabéns!