Depois do gato falante, fiquei
pensando que animal me esperava diante da porta. Meio ressabiado, respirei
fundo e dei alguns passos: era a senhora com cara de vó falando em um
castellano rápido que eu havia perdido o café da manhã e que precisava fazer uma
faxina no quarto, já que o horário do check-out tinha passado há algumas horas.
Contra a minha vontade, disse que não precisava de faxina nenhuma e que ela me
reservasse mais um dia por lá.
- Acepta tarjeta? – perguntei à
senhora.
- No, solo en efectivo.
Porra! Já tinha me esquecido
dessa mania escrota de não aceitarem cartão em lugar algum. Peguei alguns pesos
que me restavam trocados na carteira e saí para comer alguma coisa. A senhora
me fez indicação de bons lugares para almoçar naquele horário. Agradeci. Mas meu
esforço de lembrar os nomes foi só para passar bem longe. Naquela altura do
campeonato, depois de Ramona, Carmen, Mafia Russa, Risa, gato falante, eu só
poderia contar comigo mesmo – não que isso valesse alguma coisa.
Segui a rua rumo à parte
histórica da cidade, entrei em um restaurante e pedi um chivito. Como aquele
lanche era bom. Bons tempos, falei em voz alta sem perceber. Depois, junto com
a conta, a garçonete me entregou um bilhete.
- Merda! Será outro código? Será
que esse chivito também estava bolado? Não aguento mais essa loucura toda.
Quando fui ler a mensagem me
deparei com um pedaço de uma música do Belchior “No corcovado, quem abre os
braços sou eu. Copacabana, essa semana, o mar sou eu”. Tudo bem que dizem que
ele tá sumido no Uruguay, mas daí me mandarem um bilhetinho com música
dele...Como ultimamente tudo tinha uma mensagem escondida, resolvi quebrar
minha cabeça pra descobrir o que no fundo aquele bilhete dizia.
Conversando com alguns nativos em
um portunhol escroto, aprendi que muitos chamam o Rio do Prata de mar.
Perguntei também se não havia nenhuma estátua de Cristo por ali, já que eu me
dizia muito religioso. Alguns senhores que estavam jogando cartas falaram que
não sabiam, mas que quando queriam rezar, subiam no farol da cidade, porque
olhar o “mar” lá de cima era como que fazer uma oração.
Fui até o farol, subi aquela
escada de caracol que me dava mais vertigem que aquele maldito pudim e quando,
enfim, cheguei ao topo, eis que vejo uma mulher de costas com um moleton
idêntico ao que eu havia encontrado a lejos do Uruguay, bem lá no meu Brasil,
de onde eu jamais deveria ter saído.
(continua no dia 26)
(continua no dia 26)
Bárbaro!
ResponderExcluirBárbara, pode acrescentar aos seus talentos, se é que já não o fez, a arte de contar uma história!
ResponderExcluirÚltimos capítulos da novela e nada se resolve, o publico começa a diminuir, a credibilidade para a próxima já esta em check.
ResponderExcluirComentários que dão um isentivo, estão caindo
Carminha e a Nina seguem liderando o IBOP.
Risa, é que ninguém chega aos seus pés.
ResponderExcluirRisa não desisentiva as pessoas! se for desisentivar escreve certo pelo menos!
ResponderExcluir2
Risa não desisentiva as pessoas! se for desisentivar escreve certo pelo menos! [2]
ResponderExcluirkkkkkkkk, ta bom, ta bom, já vi o erro, não vou apagar pra não perder o sentido de seus comentários.
ResponderExcluirMas minha intensão é exatamente o inverso, quero que todos fiquem motivados.
Intenção é com ç
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkk, ai sim foi minha "intensão" Kao, aliás, bom te ver por aqui kkkkkkkkkkk.
ResponderExcluirMuito bom, Bárbara!
ResponderExcluirCamila, dia 15
Cade o dia 26?????
ResponderExcluirCade o dia 26????? [2]
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