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sábado, 6 de fevereiro de 2021

A descobertas das Tâmaras

Foi dia vinte três de dezembro de dois mil e vinte, eu experimentei tâmara pela primeira vez. 

Pode ser que não tenha sido “a” primeira vez, porque é comum esquecermos de tudo que provamos, pelo menos para pessoas que têm o hábito de provar. Sim, esse é um grande divisor de personalidades: pessoas que abrem a boca para o desconhecido e as que a fecham, para uma nova cor, textura e sabor. 

A tâmara é um teste perfeito para saber qual tipo de pessoa você é. A fruta geralmente é vendida desidratada, é mais comum encontrá-la em armazéns cerealistas do que nos mercados e sacolões, tem cor marrom escura e seca fica com a aparência enrugada. Minha mãe ao me apresenta-la fez o prenúncio mais impalatável possível:  "parece uma barata". O que não nego, parece mesmo. Por isso mesmo, é perfeita para o teste de personalidade. A gente descobre os alimentos pelos nossos cinco sentidos, talvez seja um dos poucos momentos que mais utilizamos todos eles. Na parte visual a Tâmara foi reprovada. 

Já a audição de um alimento, como seria? Aqueles tapinhas que damos com as pontas dos dedos para saber como reverbera lá dentro, se tem suco ou semente, ou quando balançamos a fruta próximo aos ouvidos. Bem, a tâmara fica prejudicada, pois retirada a sua água natural perde-se um pouco desse elemento, mas mesmo assim você não deixa de tentar. 

 O cheiro é bem fraco, quase inexistente, mas tem um leve odor adocicado. O que gera um bom prenúncio, para os amantes de açúcar, fui descobrir depois, a fruta é indicada na substituição de chocolate em dietas. 

E posso dar meu testemunho sobre essa parte: comigo funcionou direitinho. Já cheguei a comer uma barra de chocolate sozinha em poucos minutos, uma chocolatra, inveterada. Quando as pessoas ficavam assustadas com meu consumo de doces, em especial chocolate, eu tratava como algo indissociável a minha pessoa, um traço de personalidade. Nunca fiquei um só dia sem um bombom, ou bolo com cobertura, e confesso que geralmente consumia os dois e muitas vezes um pouco mais. Pois, consegui bater o recorde de vida, de dez dias sem chocolate, comendo uma tâmara por dia no lugar. Funciona! Inclusive na TPM, nesse caso, subo o consumo para duas tâmaras. 

Mas esse já é outro teste, super recomendo. Voltando ao nosso teste de personalidade, para avaliar uma comida pelo tato existem duas etapas, o por dentro e o por fora: a tâmara por fora, como já disse tem aquela característica de fruta desidratada, é como uma uva passa, mas o que a faz parecer a barata é sua casquinha que lembra o exoesqueleto do repugnante inseto, mas ao abrirmos a fruta sua textura interna é fibrosa e macia. Se você colocar ela inteira na boca é como se colocasse uma boa quantidade de chocolate na boca, lembra aquele momento que ele começa a derreter lá dentro? Essa é a textura da tâmara. 

O que nos leva ao sabor: a primeira vez que comi Tâmara, achei tão doce que comi meia, eu achei doce! A pessoa que come chocolate, mais do que bebe água. São os mistérios da degustação. 

 Fico pensando se tivesse me fechado a essa descoberta, abrir a boca aos alimentos significa se abrir para novas experiências e descobertas. Deixar de consumir tantos doces faz bem para minha saúde, mas não era algo que eu estava buscando. Eu só me permiti experimentar. E foi uma descoberta maravilhosa!