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quarta-feira, 24 de março de 2010

Feeling good


Como um beijo doce e delicado, você entrou lentamente cheirosa pelo salão.

Não aceitaria bebida, não dançaria uma única música, não deixaria que tocassem em suas delicadas mãos enluvadas.

As ondas do seu cabelo demonstravam a destreza dos dedos e revelava a fragilidade de uma mulher vaidosa.

(A vaidade sempre entrega as mulheres. E eu sabia disso.)

Você atravessou o bar segurando a bolsa cor de prata que chamava atenção pelo intenso brilho e isso revelava a sua necessidade de atenção.

(Brilho demais sempre entrega as mulheres. Mas disso todos sabem.)

Talvez não aceitasse um drink de qualquer panaca que estivesse babando na barra de seu vestido vermelho, grudado com a língua no chão, lambendo o teu sapato.

Mas eu não sou esse tipo de panaca.

Sou do tipo que todas acreditam ser a pior espécie de marido.

E esse tipo conheço bem.

Atrai mulheres e as deixa apaixonadas com um só beijo.

Naquela noite eu te beijei achando ser o maior sacana do mundo.

Naquela noite meu coração foi sacaneado.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

sabe?

Sabe quando seus olhos estão pesados e você não consegue levantar pela manhã?
Sabe quando você está sem forças pra discutir, mesmo quando sabe que tem razão?
Sabe quando o mundo vira as costas pra você, e te pisa, e te cospe na cara?
Sabe quando você desiste de seus ideais e esquece seus objetivos?
Sabe quando você deixa de acreditar nas pessoas?
Sabe quando qualquer música te irrita?
Sabe quando você vê seus pais desesperados por encontrá-lo na beira do abismo?
Sabe quando não se tem mais nada e você recebe a maior promessa da sua vida?

Sabe?

Sabe quando essa promessa era mentira?

Sabe?

Sabe o que fazer quando isso acontece?

Sabe o que eu fiz?

Eu me joguei no abismo...

E duvidei da vida...
E duvidei de mim...
E duvidei dos outros..
E duvidei de Deus...

E ele colocou vários anjos no meu caminho, que amenizaram a minha queda...
E me deixaram chorar o tanto que eu precisava pra me libertar...
E me deixaram sofrer o tanto que eu aguentava pra me testar...
E me deixaram me machucar o tanto que eu necessitava pra aprender...

E me re-ergueram nas cinzas quando eu acreditava que já estava no fim.

Sabe?

Sabe quando tudo isso acontece pra você acordar?
Eu acordei... e você?


domingo, 24 de janeiro de 2010

I´m freeeeaaak


Pesando os prós e contras da vida...
Tão confusa que até esqueci de postar aqui...
Tão ansiosa que até esqueci de me acalmar...
Pronnnto...
1
2
3
Respira fundo...
E faz a Sarah Jessica Parker, Bi!

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Ser poeta...


Todas as profissões têm férias remuneradas...
Décimo terceiro...
Décimo quarto...
E por que eu?
Que nem ganho, pra escrever...
Eu, que deixo um pedaço de mim em cada verso...
Não consigo descansar?

Eu posso esconder todos os papéis e canetas...
Posso desligar o computador, a máquina de escrever...
Ainda sobrará sangue... fervilhando em meu pulso...
Mandando-me escrever...

Recuso-me a falar do natal e do ano novo:
Reservo-me no último direito - que acho que tenho.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Todas as histórias em uma

Ela não acreditava mais na sinceridade das pessoas...




Não acreditava mais na pureza de um simples gesto...



Não acreditava mais na força do olhar...




Não acreditava mais na espontaneidade...




Não acreditava mais na salvação...




Não acreditava mais na mudança...




Até o inesperado lhe surpreender!


.
.
.

E ela perceber que é possível...

...tornar a vida mais literal!

sábado, 24 de outubro de 2009

Quem disse que eu não posso ser livre?


Odeio quando meus pensamentos voam longe e eu (sem querer) faço o balanço do dia, da semana, do mês, do ano...
Não quero pensar no que ganhei ou perdi...
O que ganhei já passou...
E o que perdi ainda me faz sofrer...
Hoje olhei pra foto da minha irmã...
E desesperadamente comecei a chorar...
Não pela distância, nem só pela saudade...
Mas por ver a mudança do sorriso dela nos últimos anos...
Fico tão tranquila de ter conseguido fazê-lo voltar nesse rosto que é tão lindo...
Só quem já passou por isso sabe qual é o medo de perder a pessoa que se ama...
Meu medo era maior...
Meu medo era de continuar vendo ela ao meu lado, mas sem vida, sem sorriso, ser amor...
Que Deus permita que eu (mesmo longe) consiga sempre fazer o sorriso voltar no rosto de todos..
Que eu atrase trabalhos, que eu perca provas, que eu gaste dinheiro, que eu não consiga emprego, mas que eu sempre sempre sempre consiga amar (e demonstrar isso) minha família sempre.

Who says (John Mayer)

"Quem disse que eu não posso ser livre?
De tudo que eu costumava ser
Re-escrever a minha história
Quem disse que eu não posso ser livre?
(...)
Quem disse que eu não posso demorar?
Conhecer todas as garotas da fronteira
E depois esperar que o destino me mande um sinal
Quem disse que eu não posso demorar?"

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Interior

(Edgar Degas)

Com medo de procurar o que havia dentro de si,
Juliana deixou-se ficar deitada na sala de cores almodovarianas.
.
Num puff macio e gelado.
.
Não queria encontrar com ninguém.
E isso obrigatoriamente implicava encontrar-se consigo mesma.
.
.
.
Era esse o perigo.
.
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Desesperou-se ao pensar no nascimento de possíveis garras sádicas.
Rasgando-lhe o ventre e tentando fugir.
_ Sou eu! Deixe-me sair!
.
.
.
JAMAIS.
.
.
.
Jamais Juliana deixaria que seu pequeno ser escapasse e passeasse (assim inconcluso) pelo mundo.
.
.
.
Dispersou a fumaça do incenso.
Levantou.
Bateu os dedos nos cabelos curtos.
.
Saiu da sala e trancou ali toda e qualquer vontade de se libertar.
.



* Um mimo pra Juliana Cruz

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Aquele... do dia 24 =/



O
Toque
Da Pele
Misteriosamente
Me arrepia!
.
.
.
E logo passa:
Paixão Primata!

(Mayra Massuda)

* Como disse no e-mail aos 29... desculpas sinceras por ter perdido o dia...
* Sintam-se à vontade para apagar o post se quiserem...

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Solidão

(Solitário - Goeldi)
A SOL idão pro FUNDA
Em mim?
Em si?
Em migo?

Sul FRÁGIL universal!
com CENTRO da auto-piedade!
On-DURAS!

Mãos que se des ENCONTRAM...
Almas que re CONSTROEM...

Existe um caos ordena DOR?
Não existe verso após a morte!
O que EX iste antes dela?

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Puberdade da alma

(Puberty - Munch)

Ela dormia com as luzes acesas.
Todas as noites:

A noite toda mantinha a casa inteira iluminada,
Pra não acordar de madrugada e dar de cara com si mesma.

Vestia roupas normais.
E o normal simplesmente não agrada, nem irrita.

Não favorece os olhos,
Nem espanta a alma.
É normal.
E passa...
Sem que ninguém note...

Não era feia, meu Deus!
Juro que não era.
Mas era pior:
Cara de coisa, voz de qualquer um, jeito sem graça.

Não chamava atenção,
Nem pro mal, nem pro bem.

Era conjunto vazio perdido no infinito.

Admirava as belas...
E seus longos saltos altos, bicos finos, decotes em V.

E por pior que seja,
Também gostava das medonhas...
Elas sim, pareciam ter:
Uma razão justa, palpável e compreensível,
Pra toda cara de sofrimento, arranhado no rosto e unhas mal lixadas.

Era pedra bruta, cascalho, pedregulho.

Sabe a pedra pequena?
Que não chega a atrapalhar o caminho, nem entrar no sapato?
Ninguém sabe...
Ninguém vê...
Ninguém nota...

Ela era pedra.

Ela guardava uma caixinha de sonhos
Embaixo do braço, enquanto dormia.

Vez ou outra desgarrava um rebelde...
E adentrava naquela cabeça insossa de menina
(sem corpo de mulher, sem cara de criança)
Ela então acordava sufocada
Pelos próprios desejos,
Pelos impossíveis sonhos.
E voltava a dormir.


Uma noite sonhou que podia ser lagarta.

Que apesar da feiúra intragável do animal,
A hora bendita,
A hora da estrela,
Sua hora e vez,

Iria chegar.


Chegou...


E da lagarta feia e estranha,
Nasceu uma borboleta:

Não-azul, não-desenhada, não-agradável, não-borboleta.


Uma borboleta sem cor:

Comum, fria e sem dó.


(Mayra Massuda - junho/09)