terça-feira, 21 de novembro de 2017
sábado, 22 de janeiro de 2011
E se, em vez de conversar, nós cantássemos?
Quero com esse texto expressar a minha simpatia por um gênero de filme: os musicais. Eu sei que muitos simplesmente não gostam de títulos como Cantando na Chuva, Minha Bela Dama, Hair, Moulin Rouge, Chicago e muitos outros, que não vou colocar aqui a fim de economizar espaço e deixar esse texto mais dinâmico. Eu sei também que as pessoas reclamam bastante desses filmes porque eles retratam uma realidade que, honestamente, em nada se parece com a realidade, a não ser que um de nós chega à padaria, pede três pães franceses e a atendente dá saltos e piruetas, embaladas por uma alegre canção, em vez de simplesmente atender o seu pedido, recolher o dinheiro e lhe entregar o produto.

Conheço uma pessoa, não citarei nomes, ela talvez nunca leia esse texto. Essa pessoa adora espetáculos de balé; entretém-se ao ver aquelas lindas bailarinas numa sequência ininterrupta de piruetes fuetés, admira quando os rapazes jogam seus corpos ao ar, criando um perfeito tour em l’air. Essa pessoa principalmente compreende a finalidade do balé: representar através de movimentos corporais toda a história daqueles personagens e captar a emoção deles, trazendo-a para os seus atos. O balé, então, é uma representação artística de uma realidade. Curiosamente, essa pessoa não gosta – detesta, na verdade – os filmes musicais. E eu honestamente não entendo, haja vista que os números de canto e dança em filmes como Rent e A Noviça Rebelde são apenas formas alternativas de representar as realidades desses filmes – tal como o balé faz.
Além disso, eu gosto de gênero de filme porque ele é capaz de me mostrar outro lado da vida, um lado mais bonito. Eu honestamente gostaria de abrir o portão de casa, sair à rua e ser acompanhado numa canção por um grupo alegre de vizinhos gentis. E devemos admitir que é facílimo ser acompanhado nesses filmes: todos sabem a canção, todos conhecem o refrão da música, todos dançam tango – o que pode haver de mais bonito? E os personagens – protagonistas ou figurantes – transformam-se numa massa dançante, da qual sai um som vibrante e contagioso; assim, alego que os filmes musicais são também bastante democráticos. Enfim, não vou me estender mais, mas quero que fique claro: ver Satine cantando Elton John, presenciar Velma no Cell Block Tango e acompanhar a marcha pela desigualdade de Hairspray são momentos incomparáveis. Ouso ainda mais: invejáveis. Só pra constar: também sou simpático à causa das comédias românticas, mas sobre essas eu falo numa próxima vez.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
O desenho da maçã não é uma maçã

Aquela distinção entre filmes para esquecer-se da vida e filmes para refletir, em minha opinião, é muito antipática.
Os primeiros são os chamados de filmes bobos, hollywoodianos, previsíveis, cheios de atores bonitões, um clímax angustiante e, de preferência, um final feliz. Os últimos são os Cult, com mais profundidade do que orçamento, preocupação com a arte fílmica, com cores, fotografia, finais nem sempre felizes ou até final nenhum.
Eu, que fui extremamente afetada pelo filme Irreversível, do francês Gaspar Noé, mas que também sou fã de filmes adolescentes no maior estilo Hannah Montana (é sério!), fico sempre achando que, no meio desses rótulos todos, o que mais importa para mim, como espectadora, é a história.
Tenho uma visão bem infantil nesse aspecto, acredito. Digo bem infantil porque essa visão começou quando eu tinha uns cinco anos e não mudou muito de lá para cá. Você pode considerar meio psicótico, mas, para mim, os personagens existem mesmo. Não é faz-de-conta: eles existem!
A vida deles não é como a nossa vida, que começa na maternidade e termina no cemitério, digamos. A vida deles começa e se encerra na história. Se a história tem uma continuação em que mudou o ator principal, se a história tem elementos completamente inverossímeis, se o roteiro tem buracos, se o produtor alterou a versão do roteirista e o filme terminou do jeito X em vez do jeito Y: não importa, a vida dos personagens é assim.
Para usar um exemplo bem extremo: em Sex and the City 2, tem aquela cena (spoiler, cuidado!) em que as muçulmanas tiram as burcas e mostram suas roupas de marca que estão por baixo. Pode parecer ridícula para muita gente. Eu mesma achei desnecessário. Mas, naquele mundo mesmo, esse detalhe não interfere em nada. Porque o mundo em que a Carrie, a Miranda, a Charlotte e a Samantha vivem é assim: mil coincidências acontecem, elas vivem aventuras incríveis, elas saltam com facilidade de um táxi para um camelo e tudo bem! Como um desenho de uma maçã não é uma maçã, uma história de cinema não é nossa vida. É a vida dos personagens.
Claro que vendo a vida dos personagens, podemos refletir, podemos rir, podemos inclusive fazer análises sócio-político-econômicas, mas é aí que volto para o primeiro parágrafo. Acho antipática essa divisão entre filmes para refletir e filmes para esquecer a vida simplesmente porque eu posso muito bem refletir por dias depois de ver um filme como O Amor é Cego, assim como posso voltar a pensar nos meus problemas bancários depois de ter visto um filme todo cult que, simplesmente, não me afetou.
Já aconteceu de eu não refletir nada numa aula de sociologia, psicologia da comunicação, e refletir muito depois de ver uma moça andando descalça pelas ruas de Mariana (cidade mineira em que atualmente moro). Simplesmente não é o filme que vai me mandar refletir ou não sobre algo: depende do meu estado de espírito, depende se aquela questão abordada me toca, depende como estou no dia. E tem gente que costuma refletir sobre tudo, e tem aqueles que não refletem sobre nada, que dormem em filmes cult pretensamente cheios de sentido.
A propósito: adorei Sex and The City 2 e sou uma grande fã da série. E como é chato ouvir de várias pessoas que as moças são fúteis, que são reflexo dessa nossa sociedade-ocidental-individualista-consumista e que, portanto, o filme é um lixo. Espera, espera! Concordo que elas são fúteis, consumistas e tal (elas não são só isso, tá! Mas ok, concordo e vou calar meu lado fã). Mas desde quando filme tem que retratar as pessoas como elas devem ser?
Os personagens são o que são: não têm a tarefa de ser modelos de comportamento. Se eu rio com a futilidade das moças de Sex and The City, não significa que eu faça apologia dessa futilidade. E muito menos que eu ache que o mundo real deva ser assim. Mais uma vez, esse é o mundo delas.
Se vamos fazer análises sobre o nosso mundo a partir do filme, ótimo; se vamos usar as atitudes das moças para exemplificar nossas idéias, legal, mas não precisamos exigir que o mundo delas seja de outro jeito. Deixemos o mundo dos personagens em paz! Aliás, é muito divertido ler e ver coisas com personagens “erradinhos”.
Tábata Romero Garcia
twitter: @tabataaa
email: tabataaa@gmail.com
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Souvenirs que amamos - King Kong

Kong escapa e destrói quase toda a cidade em busca de sua amada. A cena final, no Empire State Building, é uma das cenas mais reproduzidas da história.