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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

ponto final

na primeira página um arroubo
epígrafe
palavras-chave
título disparado do meu 38
stevie wonder dedilhando meu sexo
a broadway inteira num
resumo em 500 palavras
mas é uma uma sátira cansada
herói bufão
chá mate chimarrão
um conluio de palavras-chave
fraturadas pela escravidão
vida roubada de si para si mesmo
imagina a galinha que dorme no poleiro
e acordar na panela
assim era o navio negreiro
sumário ou sumérios
a paginação em tigres
a lista de imagens nos eufrates
um bilinguismo generalizado
ishtar açoitando minha consciência
mas eu sou meio roberto carlos
não consigo entender sua lógica
exótica exaltada
sargão liderando uma matilha de homens famintos
quando chega a
página 30 uma celebração
a introdução
apresentando os
meus objetivos e fatos
pelas tantas
o marco polo e minhas hipóteses
afunda a veneza do meu relato
uma guerra inteira com gênova
reclamando que a butler só fala das classes
a b c d e f g h i j
qual é mesmo a tua turma
do nono ano
a dignidade em construção
não me livro do capital
o meu desejo
c  o  m  p  l  e  t  a  m  e  n  t  e
desfigurados em closes
falos patos pôneis um cavalo fistando
e eu em orgasmo
chego farfalhando nas conclusões
depois de grandes pausas dramáticas
ui uma falha
a NBR 6023 está reunindo a banca
infelizmente
foi plágio

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Desabafo

Eu que sempre tive o amor como tema preferido de meus textos, me deparo cada vez mais com a ausência da vontade de escrever. É fato que meus relacionamentos amorosos (reais ou platônicos) sempre foram alimento para que minhas palavras fluíssem entre as teclas, e a ausência cada vez maior das minhas postagens denuncia claramente que o amor tem andado distante. E se eu parar de olhar apenas para meu interior e procurar escrever sobre outras coisas que não eu mesmo e minha rotina amorosa, não fica mais fácil. Não pra uma pessoa que é fascinada por esse sentimento que tem se mostrado cada vez mais ausente do mundo.
Tenho andado triste e chorado fácil. Tenho me doído com as tragédias e sofrimentos alheios mais do que sempre. Me dói imaginar as mortes na frança, me dói ver que crianças sentem fome e me dói ver a situação política do Brasil e do mundo. Me dói porque parece que cada vez mais o amor se esvai de todo lugar. O que leva as pessoas a achar que isso vai de fato dar algum retorno futuro? Quem é realmente feliz dessa forma?
Preciso encontrar algum lugar em que esse sentimento ainda reine, alguém que ainda acredite. Preciso que as palavras continuem a fluir e que, de alguma forma, as coisas possam melhorar. Até lá, talvez meus textos piorem e meu ânimo diminua, mas eu volto a ser como antes, nem que seja sozinho.