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segunda-feira, 25 de março de 2013

A (minha) crise dos 30 anos.


2012 foi um ano peculiar. O Corinthians venceu a tão sonhada e inédita Copa Libertadores, o mundo não acabou como muitos apostavam e até o Oscar Niemeyer cansou dessa vida e resolveu dar risada com a gracinha da Hebe Camargo no andar de cima. Nada me assombrava até lembrar que 2012 era o ano que eu daria tchau aos vinte e poucos anos. Feliz? Não, tudo o que eu pensava era na clássica cena de Joey do Friends.

Lááááá na década de 90 quando a casa dos trinta parecia bem longe, eu planejava um milhão e meio de coisas. Trinta anos era sinal de velhice, desfilar de salto alto, estar formada, com um ótimo emprego, casada e com um filho pequeno para a alegria das minhas avós. Pra que se preocupar agora? Tempo eu tinha. 

Entrei na casa dos vinte "curtindo a vida adoidado" com medo de não dar conta da década que seria A DÉCADA na minha vida. Esse negócio de casar e ter filhos ficou pra depois. Os planos eram outros, viajar, sair, apaixonar como se não houvesse amanhã, tudo para que na virada da década, eu pudesse viajar até a India, cuidando do meu lado espiritual e de alguma forma, recompondo-me de todas as merdas que ainda faria (sim, eu pensei em fazer inúmeras besteiras também). 

Chegou o dia. E por que raios, nasci prematura? Cadê os dois meses a mais de 29 anos? Hora de jogar os cremes "25 a 29 anos" fora. Meu bem, encare o fato que agora você compra cremes "30 a 34 anos". Nada de dormir de maquiagem na cara. Sua pele está envelhecendo e você também. Desapontei minhas avós e minha mãe sem casório, sem noivo, sem namorado sério. Desapontei meu avô sem um diploma pendurado na parede. Tinha chegado o dia e eu estava sem emprego há menos de uma semana, sem a passagem para a India e qualquer perspectiva para o próximo mês.

Cara, para tristeza de alguns, trinta anos é libertador. Uma sensação de "posso fazer qualquer coisa". Tchau, pensamento desesperador do "ai meu Deus, fiz nada da minha vida ainda". Mais velha, mais um pouco de queda de cabelo, peito, pele e mais um pouco de sabedoria também. Posso dormir com os caras que quiser, sem a insegurança da menina de 20 anos (mas com a insegurança da moça de 30 anos, com licença). Há tempo de mudar o curso da faculdade, procurar um emprego em uma nova área, tentar algo diferente. 

O mundo grita que os 30 são os novos 20 e o que eu faço com isso? Acredito. Sabe aqueles planos que eu fiz na década de 90 para os trinta? Fica pra 2022 na comemoração dos 40, os novos trinta.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

Atenção senhores passageiros, dêem boas-vindas à insegurança

O que vou falar hoje é tão pessoal, mas tão!, que não sei se cabe pra todo mundo. Mentira, cabe sim e eu tenho certeza. Se você acha que não cabe, leia de novo, do começo ao fim. E procure uma brecha pra encaixar isso na vida. Fará toda diferença.

Há alguns meses vivi um drama. Uma decepção, na verdade. Não é fácil esperar demais das pessoas e não receber nem uma flor em troca. Enfim, isso tinha que acabar e é bem verdade que acabou, antes mesmo do próprio fim, eu diria.

Essa não é uma história de superação. Nem um post de auto-ajuda. Mas é pra mostrar como é possível que uma atitude ou outra te eleve do degrau-escória pro degrau-oi-sou-linda-deixa-eu-ser-feliz-e-não-canse-minha-beleza.

Bom, depois dessa crise – que por sinal foi uma das maiores da minha vida – eu percebi uma coisa em mim: tenho preguiça de sofrer. Ou melhor, MORRO de preguiça de sofrer. Meu sofrimento durou, sério, 2 semanas, exatamente. Quando me dei conta de que aquele chororô todo não ia me tirar do lugar tampouco mudar o que já tinha acontecido. Sai fora. E eu saí.

E tive uma experiência redentora. O maior problema de você encarar uma crise é não saber contorná-la. Crise todo mundo tem, momento ruim, igualmente. É bem aquela história de ficar sem reclamar. Se você não contorna a situação desagradável, ela vira um carma! Uma nuvem escura e sombria! Uma fumaça! Um caos! Um infeeeerno! (ufa.)

Às vezes, uma fase que parece ser a pior das piores, se você transformá-la, pode ser bastante digna. A crise é uma ocasião do crescimento. A crise é inesperada. Ninguém espera que um dia vá sofrer. Ninguém passa a vida pensando que tudo de maravilhoso que se teve um dia pode desmoronar e, bingo, tensões e mais tensões e mais confusões e choros e dramas e o mundo caiu, cataploft.

A gente passa a vida toda desejando estabilidade e segurança. Claro que isso é bom, e até necessário eu diria. Mas a estabilidade nos leva à acomodação. Deixamos tudo no piloto automático quando está estável, e às vezes é necessária uma turbulência para nos tirar o chão e nos devolver o ar próprio.

O avião. Todos viajando calmamente, como se não estivessem a trocentos metros do chão, planando naquele céuzão imenso e desafiando loucamente a lei da gravidade. E uma segurança que todos possuem: nada parece que vai acontecer.

De repente, uma turbulência. E os passageiros se dão conta de que, sim!, essa não é uma situação tão plena assim, nem tampouco segura. Um cachoalhão, ou uma crise, que te tira a estabilidade e te faz pensar em milhões de coisas para que não se agrave mais. A turbulência passa, e você fica mais esperto.

E é dessa maneira que se cresce. Às vezes é preciso desejar a insegurança de um momento, para que a turbulência, o cachoalhão, o pontapé, agitem seu mundo e te traga uma nova maneira de enxergar a vida. Não se acomode, gere suas instabilidades. Elas não são confortáveis, mas são necessárias.

E se durante o vôo você se encontrar em queda livre, não se desespere! Leve seu assento, ele é flutuável. Eu nunca ouvi falar de ninguém que morreu de crise.




























Pronta pra mais uma viagem.



~ Agradecimento especial para Pamella Martelli, meu porto seguro (e inseguro!)

Foto por: JGI/Jamie Grill

twitter: @tabataaa
fiz um tumblr! vê lá a bobagem: Pop She Bop