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segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Ode ao texto ruim

Oh, tu, que não pedistes pra vir ao mundo
Mas que foi trazido por fórceps
E tem aspecto de natimorto.

Oh, tu, que não diz nada a ninguém
Que melhor seria se não fosse
Que já vai tarde
Antes mesmo de chegar

Oh, filho do desespero
fruto da falta...
...de assunto
...de tempo
...de propósito!

Oh, dissertação escrita
no fechar das cortinas,
no limiar das horas,
no enterro de Inês...

Oh, tu, que não tens concordância,
Que não tens forma e tampouco conteúdo,
Que se perde em argumentos falaciosos
e vãs digressões...

Não te envergonhas do desperdício de tempo que me proporcionas?
Não te envergonhas do pobre papel,
que a vida lhe entregou 
para que tuas dispensáveis palavras
fossem impressas em sua pele frágil?

Oh, texto ruim...






quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Ode ao Rio


Depois de fazer planos de não ficar por aqui durante os festejos, lá estava eu botando o bloco nas ruas do Rio de Janeiro mais uma vez.
Apesar do corpo já não responder da mesma forma que antes aos efeitos do sol de 40º, mais os pulos de alegria e mais as várias cervejinhas geladas, o espírito ainda se alegra com o sentimento contagiante de felicidade. Acho tão legal e democrático ver jovens, crianças e idosos com fantasias e durante os 4 dias serem quem eles quiserem. Alegria única da gente de toda parte, seja do asfalto ou do morro – que foi feito de samba.
Mesmo com todos os problemas, (que ficam em segundo plano nessa época, esperando a quarta-feira de cinzas para voltarem) vejo que realmente não há nada igual nessa cidade, do leme ao pontal e cada vez me apaixono mais.
Mesmo quando toda a folia estiver sumindo no horizonte, sei que ainda terei a lua deserta do arpoador para vagar, quando as meninas do Leblon não olharem mais para mim porque eu uso óculos.
Mesmo quando eu me sinto tão sozinho, posso dar um pulinho ali em ipa e ver ela passar e o mundo inteiro se encher de graça, com o seu doce balanço a caminho do mar. Aí pra casa eu demoro a voltar ainda mais se um samba escutar. “É que o samba pega que nem feitiço e quando me pega eu enguiço, só saio quando acabar.
Eu vou pra Gamboa e de lá vou pra Lapa, aí o bom senso me escapa
- Amor eu não sei como evitar.
Eu subo a colina e pra minha surpresa alguém diz em Santa Tereza, que o dia já vai clarear.”
Na Praça da Play-Boy ou em Niterói,
Na fazenda Chumbada ou no Coez.
Quitungo, Guaporé, nos locais do Jacaré,
Taquara, Furna e Faz-quem-quer.
Barata, Cidade de Deus, Borel e a Gambá,
Marechal, Urucânia, Irajá,
Cosmorana, Guadalupe, Sangue-areia e Pombal,
Vigário Geral, Rocinha e Vidigal.
Coronel, Mutuapira, Itaguaí e Sacy.
Andaraí, Iriri, Salgueiro, Catiri,
Engenho novo, Gramacho, Méier, Inhaúma, Arará,
Vila Aliança, Mineira, Mangueira e a Vintém,
Na Posse e Madureira, Nilópolis, Xerém
Ou em qualquer lugar, eu vou te admirar.