Mostrando postagens com marcador quadrinhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador quadrinhos. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 28 de julho de 2016

Anotações de uma pessoa depressiva e ansiosa

Não é fácil ter uma doença que você não pode ver os sintomas.

Uma das principais dificuldades é entender (e fazer entender) que um transtorno mental não é uma frescura, que é tão grave quanto câncer ou diabetes. Doenças como depressão e ansiedade são o inferno, tanto para quem vive como para quem convive. 

É desgastante acordar se sentindo um lixo e com a mente cansada, sem ânimo pra sair da cama, sentindo que tudo te ameaça e te atordoa. É complicado para quem vê de fora entender que estas sensações são verdadeiras, que naquele momento o pior que você pode fazer é usar sua dose de "verdades", chamando a pessoa de incompetente, preguiçosa, que está fazendo drama.

Basicamente, é uma doença que resulta de desequilíbrios químicos no cérebro. Ou seja, não é algo que você vence por "força de vontade" ou se você "se esforçar um pouco mais". Falar isso para alguém com este problema é tão eficiente e legal quanto falar para alguém com câncer que esta pessoa poderia tentar não ter o tumor, pra variar. 


Acredito que os piores momentos que passei durante as minhas crises, foram aqueles em que recebia críticas. É preferível ter um ataque sozinha do que com alguém (além de você) que te ataca por perto. E nenhum ataque era pior do que os que a minha mente produzia, eu sou meu pior inimigo.

É frustrante não conseguir mais focar em nada, e me sentir um estorvo. Tirando minha cama, não existe zona de conforto, nenhum lugar é seguro. Perdi a conta de quantas crises tive nos últimos anos. Tem épocas em que contamos nos dedos quais são os dias bons, porque os dias ruins podem ser esmagadores. 

Geralmente as pessoas se surpreendem com uma notícia de suicídio, porque acham que foi do nada, entretanto, é uma luta constante contra este pensamento. É um bombardeio diário de como seria mais fácil pra você e para os outros se sua existência acabasse.


Períodos de baixa já me abalaram a ponto de ficar no limite de repetir em matéria por faltas, por conta de dias em que não conseguia sair da cama, o que dirá sair na rua e ir para a aula. 

Já tive que ouvir de professor que era melhor desistir da matéria, se eu não tinha capacidade de lidar com pressão. 

Já tive que explicar meu baixo rendimento e ter que ouvir que eu era uma pessoa fraca, que era falta de esforço. 

Já fiquei me cortando porque achava que merecia ser punida, por ser alguém tão incompetente, tão lixo. E também ouvi que o que tinha era chilique, que eu era uma oportunista.

Já ouvi que depressão é doença de rico, de quem está com muito tempo livre.

Não é fácil ter uma doença que você não vê os sintomas, mas que atrapalha toda a sua vida. Que te inibe de cumprir suas metas, de resolver seus problemas ou simplesmente relaxar. Não é fácil sentir dor o tempo todo, tanto física quanto mentalmente e estar sempre cansada. 

Mas tudo isto fica imensamente difícil sem ter apoio. Se você é estigmatizado o tempo todo, por procurar ajuda, por usar remédios. Que você tem que se esforçar pra ficar sem eles, já que você está melhor - quando é a medicação que está te fazendo ficar mais estável.


Então gostaria de deixar esta observação pra quem está lendo, porque talvez você se reconheça em algum pedaço disso tudo: nada disso é fácil,  a nossa mente pode ser extremamente tóxica, e reconhecer estes problemas e procurar ajuda não é um sinal de fraqueza, é de sensatez. Não ser babaca com quem sofre disto já é meio caminho andado. 

E se você tem alguma dessas doenças, quero que você saiba: você não está sozinho.


terça-feira, 22 de abril de 2014

O Fotógrafo: Uma história no Afeganistão

Uma fotografia não é apenas uma imagem imortalizada no papel. Uma fotografia também é o seu fotógrafo. Uma mesma imagem pode ser fotografada de infinitas maneiras dependendo de quem a fotografa, dependendo da intenção e das motivações do fotógrafo. Podem-se variar ângulos, enquadramentos, intensidade de luz, foco e por ai vai. E é por esse aspecto humano, pela alma do fotógrafo que carrega em si, que a fotografia é considerada uma forma de arte, tal qual seus irmãos, o cinema, o teatro, a pintura e, não me venham com preconceitos, a história em quadrinhos.

A lógica é a mesma. Experimente fazer o exercício de ler uma história em quadrinhos com o olhar de um camera man (lembre-se que um vídeo nada mais é do que uma sequência de fotografias). Sim, imagine que está com uma câmera invisível nas mãos! Você perceberá que de uma cena a outra precisará fazer arranjos com sua câmera invisível para poder acompanhar a dinâmica da história. Em alguns momentos terá que usar o seu "zoom" imaginário para mostrar uma cena panorâmica ou para mostrar detalhes do rosto de um personagem. Às vezes terá que mudar o ângulo para poder mostrar o personagem sendo visto de cima pra baixo, de baixo pra cima, de viés, de frente, etc. Nada disso é por acaso, assim como não é por acaso (ou não deveria ser) a ordem com que um escritor vai apresentando as tramas de seu romance ou a paleta de cores que um artista utiliza para compor sua pintura. Tudo é e deve ser intencional e a maneira como se arranja essas variáveis é o que faz cada obra ganhar a marca registrada do artista, sua personalidade.

As artes, como se vê, são expressões interdependentes da alma humana. Elas se prestam harmoniosamente umas às outras. Sendo assim, por que não misturá-las de uma vez por todas, de maneira explicita e sem medo de ser feliz? O quadrinista Guibert, o fotógrafo Didier Lefèvre e o colorista Lemercier, todos franceses, encararam este desafio e o resultado ficou nada menos do que genial. A série de três livros intitulada "O Fotógrafo - Uma História no Afeganistão" (Editora Conrad, 2010) registra com maestria a viagem que Lefèvre fez ao país asiático em 1986, momento no qual os afegãos estavam sob a tensão da invasão soviética ao país, acompanhado da comitiva da Médicos sem Fronteiras. O grande mérito deste trabalho em conjunto é o de intercalar história em quadrinhos e fotografia de maneira perfeitamente harmoniosa, fazendo com que o relato transformado em quadrinho se complemente e ganhe mais verissimilhança acompanhado da fotografia.

Recordem-se que eu disse que uma fotografia também é o seu fotógrafo. Pois bem, Lefèvre estava num país em guerra, caminhando dias sem fim em caravanas precárias, vendo de perto pessoas morrendo, vitimadas pelo horror dos bombardeios. Entretanto, isso não é mostrado na fotografia de Lefèvre da maneira estereotipada com a qual a história oficial nos acostumou. Lefèvre busca mostrar as pessoas comuns do Afeganistão, com seus sonhos e inseguranças, além das paisagens que fazem do país um dos mais bonitos do mundo, segundo ele. Didier não é irresponsável ao ponto de extirpar os problemas do país, mas tem o mérito de mostrar que não é só isso, que o Afeganistão não é sinônimo de guerra ou que até mesmo no meio da guerra é possível se enxergar a beleza.

Em suma, "O Fotógrafo" é uma série que eu estava relutante a ler, mas que foi um dos meus grandes achados recentes. Mais um que recomendo!

sábado, 22 de março de 2014

Graphic MSP: A Turma da Mônica de um jeito que você nunca viu!

A Maurício de Souza Produções (MSP) anda bem saidinha ultimamente. Primeiro apostou na força dos mangás japoneses e no potencial de mercado do público adolescente e criou a Turma da Mônica Jovem. A aposta deu certo, as edições não param de sair e até já foi criada a Chico Bento Moço, revista que coloca o menino Chico Bento, agora um jovem universitário, se virando na cidade grande. Depois, em 2009, para a comemoração dos 50 anos de carreira de Mauricio de Sousa, foi lançado o projeto MSP 50, uma série de três livros (MSP 50, MSP+50 e MSP Novos 50) em que diversos artistas (50 em cada edição) foram convidados para fazer releituras dos personagens da Turma da Mônica. Ideia inovadora e genial, encabeçada pelo editor Sidney Gusman, e que presta uma grande homenagem ao grande mestre do quadrinho brasileiro que é Maurício de Sousa (ainda que criticas possam ser feitas ao caráter extremamente comercial que acabou se tornando a Turma da Mônica e seus trocentos produtos licenciados).

Se ver a Turma da Mônica ficando adolescente, casando e envelhecendo possa ser algo deprimente, ainda que bastante inovador no mundo dos quadrinhos, ver ela ganhando novos traços na mão de outros artistas é algo que considero particularmente divertido, sobretudo para quem passou a infância lendo as histórias do lendário bairro do Limoeiro. Eis alguns resultados do projeto:

Jotalhão, Cebolinha, Magali, Mônica, Cascão e Franjinha,
por Felipe Massafera
Sansão, Mônica e Cebolinha, por Adão Iturrusgarai

Chico Bento, por Vitor Caffagi


Os trabalhos foram tão bem recebidos que ganharam juntos 6 prêmios HQ Mix, uma das maiores premiações da nona arte brasileira. Além disso, os artistas da própria MSP foram convidados a deixar o rigoroso padrão Turma da Mônica de desenho para produzirem livremente em seus próprios estilos, o resultado foi o livro Ouro da Casa, de 2012, representado aqui por esta versão de Mauro Souza para os personagens Rolo, Zecão, Pipa e Tina:

Rolo, Zecão, Pipa e Tina, por Mauro Souza
Com tanta aceitação, de crítica e de público, a MSP não pararia por aí. O que era apenas uma homenagem virou um grande plano infalível, mas não aqueles desastlosos arquitetados pelo Cebolinha, mas uma bem sucedida criação de graphic novels da Turma da Mônica, assinada por alguns dos artistas do projeto MSP 50: surgia o selo editorial Graphic MSP. Para quem não sabe, graphic novels são publicações em quadrinhos com roteiro maior e geralmente mais desenvolvidos do que o das publicações que vemos nas bancas. Geralmente são editados em capa dura e com material de boa qualidade. As quatro primeiras edições (com as capas mostradas abaixo) foram lançadas entre 2012 e 2013. São elas: Astronauta  - Magnetar, por Danilo Beyruth, Turma da Mônica - Laços, pelos irmãos Vitor e Lu Cafaggi, Chico Bento - Pavor Espaciar, por Gustavo Duarte e, mais recentemente, Piteco - Ingá, pelo paraibano Shiko.

Capas das primeiras edições do selo Graphic MSP

O segundo deles (Turma da Mônica - Laços) já caiu em minhas mãos e posso dizer que vale muito a pena. Maurício de Souza, ao conhecer a história do Chico Bento que Vitor Cafaggi fez para o projeto MSP, teria dito ao seu editor Sidney Gusman "Quem é o Vitor Cafaggi? Eu quero casar com ele". E ele não estava exagerando. A riqueza de detalhes e o cuidado com cada traço faz do trabalho de Cafaggi algo para não se cansar de ficar admirando. Mas a cereja do bolo é a parceria com sua irmã mais nova, a até então pouco conhecida Lu Caffagi. As cenas de flash back desenhadas por Lu (veja abaixo) são pura covardia, capazes de provocar bons sentimentos até nos mais brutamontes. O livro começa justamente num desses flash backs, que narra o momento em que Cebolinha, ainda bebê, ganha seu cãozinho Floquinho. Esta cena, aliás, é fundamental para o enredo que trata justamente do desaparecimento do pobre animal. 


A trama é bem simples, mas na prática é o que menos importa, já que a arte e as surpresas que os irmãos espalharam pela HQ já valem si mesmas. Deveria eu revelar spoilers? Claro que não. Mas saibam que referências dos anos 80 pululam por entre as páginas, caracterizando uma homenagem à infância de muito marmanjo. E não pense que as referência ficam apenas ao mundo dos quadrinhos. A Magali, por exemplo, pode ser vista comendo churros na barraca de um certo Sr. Ramon antes de entornar um refresco de tamarindo. Zás, me escapuliu um spoiler!



A Panini ainda não está lançando os volumes com periodicidade regular, mas a expectativa é que sejam lançados trimestralmente a partir de 2015. Para 2014, no segundo semestre, já existem 2 lançamentos programados. Em Agosto, será lançada Bidu, por Eduardo Damasceno e Luis Felipe Garrocho. Em dezembro, será lançada Astronauta II, assinada pelo mesmo Danilo Beyruth de Astronauta - Magnetar. Programados para 2015 estão Penadinho, por Paulo Crumbim e Cristina Eiko, Papa-Capim, por Marcela Godoy e Renato Guedes, Turma da Mata, com Tocchini, Calil e Fujita e, por fim, Turma da Mônica 2, com os mesmos irmãos Cafaggi, de Laços. É só aguardar!

Capas das Graphic Novels previstas para 2014 e 2015

Não sei até onde eles vão chegar, mas uma coisa é certa: a Rua do Limoeiro nunca mais será a mesma!

Abraço,

Felipe Lários

Atualizado em 25.03.2014:

Como eu gosto de matar a cobra e mostrar o pau, de contar o milagre e dizer o nome do santo, segue o link: https://docs.google.com/file/d/0B066HbH0NhBwZGRDUzBTY1dtQm8/edit

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Gen - Pés Descalços

 Para aqueles que não gostam de se influenciar antes de ler qualquer coisa, um resumo do post: LEIA Gen - Pés Descalços!
(Um amigo, pois quem avisa amigo é)


Fazia uma linda manhã de sol em Hiroshima. Já passava das oito e o povo da cidade já tomava às ruas para mais uma segunda-feira de muita luta. Os adultos partiam para o trabalho para tentar garantir o sustento de suas famílias, o que nem sempre era fácil, já que o Japão estava em guerra e a maior parte dos alimentos servia para alimentar os soldados que estavam no front. As crianças caminhavam para mais um dia de aula, sempre na esperança de na volta encontrarem mais comida em casa que no dia anterior. O céu estava azul e sem nuvens e quem olhasse para ele veria um avião...

(...)

... um avião que algumas horas tinha partido do outro lado do mundo carregando uma bomba de urânio, a grande promessa do casamento entre a física moderna e a indústria bélica naquelas primeiras décadas de século XX. Promessa esta que era capaz de produzir uma reação química em cadeia e, em segundos, destruir vidas de milhares de pessoas como eu e você, a quem pouco importava a física moderna ou a indústria bélica.

E assim se fez. Alguém decidiu que aquelas pessoas - homens, mulheres e crianças inocentes - deveria morrer naquela manhã de 6 de Agosto de 1945 e quem olhasse para o céu azul de Hiroshima veria que do avião caia uma luz mais forte do que milhares de flashes juntos, uma luz que se aproximava e se intensificava e que, 45 segundos depois de ter surgido no céu de Hiroshima, consumava o maior crime de guerra da história da humanidade. 

Não satisfeitos, e sem a esperada rendição do Japão, os EUA fizeram o mesmo com outra cidade japonesa. Três dias depois, uma outra bomba - desta vez de Plutônio -  destruía a cidade de Nagazaki . 

O mundo jamais seria o mesmo.

(...)

Cento e quarenta mil pessoas morreram naquele e nos dias subsequentes em Hiroshima. Cerca de oitenta mil morreram em Nagazaki. Outras milhares continuaram morrendo nos anos e décadas seguintes por conta dos efeitos da radiação. Entre os sobreviventes estava um menino de 6 anos que só não morreu porque o muro de sua escola o protegeu dos efeitos da bomba. Seu nome era Keiji Nakazawa, o autor de Gen - Pés descalços.

Gen - Pés Descalços é uma daquelas obras-primas que devem ser lidas por todo aquele que respira. São 10 volumes (dos quais 5 já foram traduzidos pela Editora Conrad para o português) em que Nakazawa narra a história de sua família desde alguns dias antes do fatídico 6 de Agosto de 1945, passando pelos terríveis desdobramentos que a explosão da bomba atômica causou na população de Hiroshima. O poder narrativo de Gen é impressionante e me fizeram ler mais de 1000 páginas de mangá (os 4 primeiros volumes) em apenas 9 dias. O fato de Nakazawa ter vivido tudo aquilo torna tudo mais real, mais palpável, e a empatia com cada personagem é inevitável. A impressão que tinha é que estava lendo a história de um amigo próximo.

São muitas as questões que podem ser extraídas deste fantástico mangá, questões estas que não podem ser encaradas como questões do passado, mas questões eternas. E este é o grande mérito de Nakazawa: ele dá vida e voz para os mortos de Hiroshima (e Nagazaki). Saliento, entretanto, que a crítica contida em Gen não se restringe aos EUA, mas à própria guerra em si. Ele critica o próprio governo japonês, que liderados por um imperador com status de Deus (Hirohito), impelia milhares de jovens para morrer numa guerra cada vez mais sem sentido. Critica as guerras, todas as guerras, porque sempre os maiores prejudicados não são aqueles que fazem a guerra, mas invariavelmente a população mais pobre, vide os conflitos atuais no Oriente Médio.

E Como após ler Gen não conseguia parar de pensar no assunto, segue abaixo outras produções com as quais me deparei nos últimos dias.

.............................................................................................................................................................................
Gen - Pés Descalços (anime)

Em 1983, Gen foi adaptado para o cinema. Não gosto de fazer a clássica afirmação "o livro (ou o quadrinho) é melhor que o filme" porque entendo que são duas artes distintas  e sem comparação. O primeiro anime é uma adaptação dos 4 primeiros livros, além de passagens que não constam no mangá. Recomendo que o anime seja assistido após a leitura dos mangás. A versão que está lincada aqui está com legenda em inglês, porque recentemente o You Tube retirou a versão em português. Entretanto, ainda é possível encontrar a versão fragmentada em vários videos pequenos.


.............................................................................................................................................................................

Luz Branca, Chuva Negra: A destruição de Hiroshima e Nagazaki (filme de 2007) 

Keiji Nagazaki é um dos 14 sobreviventes entrevistados neste ótimo documentário dirigido por Steven Okazaki. O maior trunfo do documentário é a raridade do material exibido, mostrando cenas da época, bem como trazendo histórias de pessoas que sofrem até os dias de hoje por conta da bomba.

.............................................................................................................................................................................

Hiroshima, a cidade da calmaria (mangá de 2005, de Fumiyo Kouno)

Com um traço leve e uma narrativa quase poética, o mangá feito em decorrência dos 60 anos das bombas de Hiroshima e Nagazaki, mostra a história de duas jovens que não viveram a época da guerra, mas que ainda assim são marcadas pelo estigma da bomba. A mangaca mostra como uma bomba lançada há 60 anos ainda está provocando seus efeitos devastadores.
.............................................................................................................................................................................
Keiji Nakazawa morreu de câncer no último mês de Dezembro.