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terça-feira, 16 de fevereiro de 2021

Sobre o Tempo (e o vento)

  "O Guardião do Tempo e seus Capangas Relógios" 
 Jacek Yerka


    Por vezes tenho a nítida percepção de que estou inserido no tempo. Não sei se me faço entender, eu mesmo já tentei poemas e outras tessituras, mas sempre me escapa a imagem exata para descrever essa consciência. Essa: de que estou atravessado pelo tempo. Não se trata de reconhecer a marcha da existência humana, é uma sensação sem história, sem História.

    Não sei precisar a primeira vez que fui mergulhado no Tempo. Memória é coisa fugidia, como é próprio do tempo. Talvez naquela noite, criança ainda, em que deitei num domingo, pronto para dormir, e fui passando em revista como seria aquela semana. Escola. Brincadeiras. Visitas? A ideia da rotina começou a me assombrar: a visão de que se seguiriam dias divididos entre manhã, tarde e noite, enfileirados em segunda-terça-quarta-quinta-sexta-sábado-domingo, ordenados nos mesmos doze meses dos anos passados e futuros. Naquela noite não completei meu sono. Como poderia fechar os olhos sabendo que a ordem se repetiria com pequenas variações que, ao se repetirem também, seriam somente mais um aspecto dessa gagueira do tempo.

    Lembro um dia, véspera do meu aniversário de doze anos. Estava ansioso pela data, sempre gostei de aniversário, um ano-novo pessoal que deveria ser comemorado qual feriado sagrado. Calendário, eu sei, convenções para nomear aquilo que procuro compor com imagens. Ainda assim, aniversário é, para mim, um dia suspenso, o único dia que não tem nome nem número além do nome e idade de quem sopra velas. Pois bem, naqueles onze anos e 364 dias eu tomava banho, pensava no bolo que viria logo mais, as felicitações. E na fricção do sabão com a pele, o tempo me tomou outra vez (não é essa a imagem adequada) e atentei que aquela era a última vez que eu tomaria banho tendo onze anos. E segui esse mote: a última janta, o último filme, a última risada, a última meia-noite. Enfim, a primeira palavra dos doze anos...

    Pode parecer, mas não é nostalgia nem saudade, não é um olhar para trás sempre em despedida, nem uma mirada futura cheia de planos. É a pausa, ou antes, é um pouso no presente, no que chamaria de “presente absoluto” (se ao menos coubesse no meu dizer algo permanente, uma palavra estática que descrevesse a impossível fixação cronológica). Recorro sempre à busca por uma paisagem, algo que descreva esse mergulhar. 

    Houve uma vez em que, recém-apaixonado, estava abraçado com ela, conversando amenidades. Uma folha seca desprendeu-se da árvore sob nossas cabeças e veio caindo, espiral lenta rumo ao chão. Precisava contar para ela o que aquilo representava para mim, mas me atrapalhei na tradução e meu espanto transformou-se numa piada.

    Isso tudo me vem novamente no momento em que estou debruçado na janela (tentando disfarçar o isolamento numa uma tarde fresca de verão) e um vento gelado me beija o rosto. Um vento antigo, penso. A impressão de que aquele vento passou por ali, naquele mesmo espaço onde agora só os edifícios veem distâncias. Passou em outras ocasiões, assobiando para matos, levantando redemoinhos, transportando ciscos e talvez esfriando outros rostos. O mesmo vento, como se fosse o sol sobre o mesmo planeta desde o início, um vento de milhões de anos, um vento do início do ano, um vento para o próximo século, um suspiro do tempo na minha pele. E essa ainda não é a imagem que procuro.

quinta-feira, 16 de julho de 2020

Estado de Pausa

Composição com o céu do relógio, e da floresta por Rene Magritte ...


    Agora os relógios podem parar seus ponteiros, essas lâminas fatiando pouco a pouco os futuros esquecimentos. Números, parem suas mudanças calculadas. A Terra piscando dias e noites não pode mais nos enganar. Anuncio a quem quiser: estamos vivendo um refrão. Pronto, podemos parar de fingir que não percebemos que, em algum lugar, o calendário engasgou e estamos presos no mesmo dia. Há dias. Não, não há dias, apenas um único dia contínuo. Eu sei, você sabe: estamos morando em uma data que tem se repetido. E se você insiste em não ver que a vida gaguejou, tire pelas notícias. A qualquer momento policiais atacam a população negra pelo mundo afora. A qualquer momento membros do governo dizem alguma bobagem capaz de levar as pessoas a morte. A qualquer momento o fim do mundo é notícia fresca.
     Estamos presos há tanto tempo (não se deixe hipnotizar pela linguagem, essa sereia) no mesmo dia, que já deixamos de escutar a voz de quem avisa Os absurdos cotidianos são imagens tão passageiras quanto um meme, uma sirene, uma propaganda subliminar. Baudelaire, na Paris do século XIX, já avisava que a paixão por uma passante era intensa na duração de alguns metros, até a moça dobrar a esquina. A novidade engolindo o novo, criando a fantasia de que os minutos avançam. E mais à frente Chico Buarque viu a mesma passante espelhadas nas vitrines. Mais uma demonstração de que estamos nos repetindo.
    Talvez você esteja pensando que estou entediado com a quarentena e não note as transformações. As vejo, claro: sei de nascimentos e mortes, de amores que explodem e se apagam feito estrelas. Porém, ainda assim, garanto que é um único e interminável dia que copia a si. E não falo de eterno retorno. Não falo da cobra mordendo o próprio rabo. Esse dia não retorna com pequenas metamorfoses nem nos convida ao aprendizado do que já foi. É EXATAMENTE o mesmo dia. Se ainda não te convenci, dou mais exemplos: nos últimos três meses (que só parecem três meses) já vi a atriz Ruth de Souza morrer, no mínimo, cinco vezes. Naná Vasconcelos também. E Umberto Eco, idem. Todos mortos com seus respectivos admiradores lamentando a perda mais e mais e mais uma vez. Até meu aniversário tem durado o que convencionamos chamar uma semana, com congratulações afetivas recorrentes. Agradeço, mas sei bem que todos nós estamos aniversariando a qualquer instante.
    Esse mito de Sísifo pode ser fruto do mundo capitalista e seu quintal: a Modernidade. Walter Benjamin deu a dica: um tempo vazio de experiências. Um tempo vazio de experiências. Um tempo vazio de experiências. De tão vazio, ribombando infinitamente. Aliás, ribombar é palavra tão antiga que agora retorna porque sabe que ainda é época dela. Sabe que essa espécie de feriado sem comemoração é um perene presente. Um presente sem nenhuma surpresa.
    Se o ofício do cronista é lidar com o dia a dia, como fica quando Cronos está sem fome e a horta das horas virou gramado? É como dizia Clarice Lispector ou qualquer mensagem recorrente das redes sociais: a história se repete como farsa. Depois como tragédia. E, finalmente, como GIF.

quarta-feira, 9 de março de 2016

Despedida e Boas Vindas


Hoje estou me despedindo. 
Este mês estou me despedindo.
Deixo aqui registrado meu adeus a uma fase de minha vida.
Fase que durou minha vida inteira.
Que teve tristezas, aventuras, alegrias e aprendizados.


E abro os braços para uma nova fase.
Abro os olhos para novos horizontes.
Abro o peito para novos desafios.
Sim, os 30 anos trazem consigo um peso.
Como já dizia o poeta*, fazer 30 anos é cair numa epifania.


Eu gosto de envelhecer...
Significa que estou viva, que meu corpo está funcionando, minhas células estão se renovando.
     Envelhecer é renovação.

Com o passar dos anos venho aprendendo a ser menos categórica, mais flexível, mais leve.
Assim como minhas células, deixo meus pensamentos se renovarem.
Observo mais, julgo menos,
Penso de forma mais livre.
     Sou mais livre.


A vida até os vinte e nove até que foi boa comigo.
Sinto-me grata por esses anos, que venham mais.


Bem vindos, trinta!
Que sejam belos e gentis.
E quando não puderem ser belos nem gentis, que eu possa ter paciência e sabedoria.


Que venham mais e mais...



  


*o poeta em questão é Affonso Romano de Sant'Anna. Ele também escreveu sobre fazer 30 anos, você pode ler o trecho aqui

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

De quando me senti muito velho

Quando somos crianças, a amplitude etária de nosso meio social é bem pequena. Geralmente nos relacionamos com pessoas que tem estritamente nossa idade. Às vezes um ano a mais, outras vezes um ano a menos, mas dificilmente mais que isso. Abaixo disso são os crianções indignos de conviver com pessoas com o nosso grau de maturidade e acima disso são os inatingíveis seres do sétimo, oitavo ano, cujo comportamento invejamos, copiamos, mas quase nunca declaramos isso.

Com o tempo, essas diferenças somem e a amplitude etária vai crescendo. Lá pelos 20, geralmente pela entrada na universidade ou no mundo do trabalho, já começa a ser normal convivermos com pessoas consideravelmente mais velhas de igual pra igual (os consideravelmente mais novos ainda costumam ser raros).  Nessa fase, nos surpreendemos ao saber que aquele nosso colega de faculdade tem a mesma idade de nosso tio ou irmão mais velho. É divertido isso.

Tudo é muito bonito quando somos nós os novinhos em questão. Dia desses, 4 anos após concluir minha graduação e do alto de minhas quase três décadas de vida (oh, céus! Três décadas!) voltei à universidade para fazer um curso de extensão. Minha turma era composta por crianças de 18, 19 anos que, portanto, ainda desfrutam seus primeiros anos de graduação, com toda a empolgação características desses anos.

Nada contra esse tipo de interação, é que a gente se sente meio esquisito quando o professor olha pra classe, faz o reconhecimento do público e conclui: "Bom, é claro que ninguém aqui era nascido em 93...". Como assim, amigão? Em 93 eu já tinha barba (ok, nem hoje eu tenho barba. Admito. Mas enfim...). Daí eu fui fazer uma piada super engraçada sobre o Roberto Baggio e ninguém riu porque absolutamente ninguém naquela turma sabia do que eu estava falando (ou será que a piada não era boa? Pensando bem...). Além disso, descobri que para ser aceito naquele grupo eu precisava usar o adjetivo "massa" para absolutamente tudo. Sim, amigos. Agora as coisas não são mais legais, bacanas, batutas e nem mesmo "dá hora", agora é tudo "massa" mesmo.

Envelhecer é mesmo um caminho sem volta. E sabe o que é pior? Escrevo este post com uma conjuntivite recém diagnosticada. Olho para o teclado e o que vejo é uma sopa de letrinhas. Olho para tela e vejo tudo anuviado, algo tão difuso e difícil de entender como a passagem do tempo.

Coisas da idade...



terça-feira, 9 de junho de 2015

Sobre o tempo

E o tempo passou tão rápido que só hoje percebi que dia era ontem...

O tempo existe e acaba desde o início de tudo (e até antes).
O tempo é relativo.O tempo é velho.
O tempo é rei.O tempo cura tudo.O tempo não pára.
Não temos tempo a perder.
Não temo o tempo perder.

O tempo é complexo. De tal forma que os gregos antigos desenvolveram três conceitos distintos para defini-lo: Chronos, Kairós e Aeon. O primeiro seria o tempo cronológico, que pode ser mensurado, com um princípio e um fim. O segundo refere-se a um momento indeterminado no tempo, em que algo especial acontece, o tempo da oportunidade. Já o terceiro conceito, é um tempo sagrado e eterno, sem uma medida precisa, um tempo da criatividade onde as horas não passam cronologicamente.

Nós estamos mais acostumados com o conceito Chronos, no qual nos baseamos para pensar nas horas, nos dias e nos anos. Mas provavelmente já nos deparamos com Kairós e Aeon em algum(ns) momento(s) de nossas vidas.

Sei que o tempo é um grande amigo, que trás consigo sabedoria para valorizar as coisas que realmente importam e deixar passar o trivial. No entanto, ás vezes sinto-me esmagada pelo tempo, parece que passa tão rápido e que não pude aproveitá-lo adequadamente.

Horas de insônia que parecem meses e meses que, quando nos damos conta, puf! Já se foram.    

É um presente que nos é dado desde nossa existência, e cada um faz dele o que bem desejar, mas que, se não for bem usado, irá cobrar lá na frente, na forma de um amargo arrependimento. 

E você, o que tem feito com seu tempo?










quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

A medida do tempo


Qual a medida do tempo? Dias, horas, minutos, segundos. Pra que? Pra quem? Você se sente pressionado pelo tempo? Eu me sinto, a todo momento.

Como seria se não existisse a contagem do tempo? Estamos prontos para viver uma rotina de desordem? Guiados e controlados pelo dia e noite?

E se eu não soubesse que tenho 32 anos? Que não tenho que carregar tudo que enfiaram na minha cabeça com a idade? E se apenas o meu relógio biológico gritasse? Se eu, você e todos nós, pudéssemos acordar a hora que o nosso corpo desperta, seja com a luz entrando pela janela ou um OK de um corpo descansado? 

Uso boa parte do meu tempo para criticar o próprio tempo e a briga com o relógio, mesmo entendendo o caos que seria sem o controle dele.

Tempo é meu inimigo na maior parte do tempo, mas o tempo é meu único aliado para diminuir saudade, esquecer, amadurecer.

Aí, vem o Mário Quintana cruzando o caminho e gritando suavemente sobre o tempo com sua poesia:

O Tempo
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Três notas sobre o passado

Minha eterna gratidão à Híndira Barros, por estes dois anos de blog
(Felipe Lários, um blogueiro grato)

1. "Ah, naquele tempo é que era bom...”

Um pouco por interesse antropológico, um pouco por masoquismo intelectual (utilizo aqui expressão cunhada por Luana V.) me agrada muito ouvir conversas alheias, seja nos transportes coletivos, nos restaurantes ou mesmo na repartição onde trabalho. Nada menos ético, eu sei. Etiqueta à parte, dia desses ouvi um distinto senhor que descrevia com júbilo os bucólicos e apaixonantes dias da... ditadura militar (!). Pois é, ninguém mandou ouvir conversa alheia, me diria Noélia Lários.  O argumento do distinto senhor era que “naquele tempo” (que era o tempo DELE), os meninos respeitavam os professores e eram realmente estudiosos, se dirigiam às bibliotecas para realizarem seus trabalhos e não imprimiam “direto da internet” como fazem estes preguiçosos alunos de hoje. Pois bem, o senhor em questão, além de distinto era também anacrônico: só há uma diferença entre os meninos que copiam “direto da internet” e os meninos que vão às bibliotecas e copiam “direto da Enciclopédia Barsa”: os segundos tem muito mais trabalho que os primeiros para fazer a mesma atividade: uma cópia. (Culpa dos meninos? Claro que não, mas provavelmente dos professores que desde o século XIX não inovaram muito na maneira de formular trabalhos escolares). Minha teoria é que o distinto e anacrônico senhor estava cometendo o mesmo mal que quase todos cometemos ao falarmos do passado (sobretudo quando se trata do NOSSO passado): valorizamos somente as partes que julgamos boas e deletamos todo o resto, tudo aquilo que achávamos ruins no momento em que vivíamos aquilo. Uma espécie de defesa de nosso cérebro, imagino. Assim, as infâncias geralmente são narradas como boas, como uma época áurea da vida em que tudo era puro e feliz: uma espécie de edição de realidade, onde as bofetadas, as opiniões não consideradas, os medos e traumas são devidamente extirpados de nossas narrativas a respeito daquele período.


2. “Lembra aquela dos Menudos?”

Entre tantos apelidos que acumulo, um dos que mais me simpatizo é o de “Benjamin Button”, justificado pelo costume que tenho de cantar músicas e de saber coisas que, supostamente, estariam restritas apenas a pessoas que carregam o peso do tempo nas costas. Mas repare bem: é só alguém começar a falar de coisa velha que todo mundo tem algo a acrescentar e a conversa deslancha. Já fiz várias amizades assim. Falar de coisa nova todo mundo pode falar, agora falar de coisa velha requer vivência, experiência, conhecimento de causa. Acho que é este orgulho de possuir uma informação que os outros não tem, que confere às coisas velhas um status de assunto exclusivo e que nunca sai de moda. 



3. "Um cara que tem email do bol não merece o meu respeito"



As comunidades dedicadas exclusivamente às coisas antigas se multiplicam a cada dia nas redes sociais. Vira e mexe eu me deparo com uma postagem sobre o tempo em que a internet era discada, outra sobre os computadores gigantescos que ainda admitiam disquetes e outra ainda sobre o tempo em que nos comunicávamos por ICQ. E lembra do tempo em que tínhamos que esperar um tempão para "revelarmos" uma fotografia? Pois é, os exemplos não faltam e o saudosismo não fica apenas nas redes sociais. Publicações especializadas em uma determinada década viraram best-sellers nos últimos anos, justamente por explorarem um tipo de saudosismo que é um fenômeno exclusivo de nosso tempo: o saudosismo material. Pense bem: um homem do século XIX vivia basicamente da mesma forma que tinha vivido seu pai e passava por toda a sua vida sem passar por nenhuma grande inovação tecnológica. Ele sentia saudades de pessoas, de lugares, mas jamais de coisas. Agora não: várias mudanças tecnológicas ocorrem no transcurso de uma vida, fazendo com que as coisas tornem-se obsoletas e arcaicas em intervalos cada vez menores. Os DVDs, modernos aparelhos que subsistiram os vídeo-cassetes há cerca de 10 anos, já são jurássicos em 2013. Orkut é coisa de quem viveu a longínqua primeira década do século XXI e os aparelhos celulares que só fazem ligações, coisa de classe média na virada do século, é peça de museu nesses nossos dias. Não tardará o dia em que diremos: "...lembra daquele treco que a gente usava em Janeiro? Dá até saudade! Em Janeiro é que era bom! Não se fazem mais trecos como se fazia em Janeiro..."

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

O inferno de Sísifo

                                                                                                                                                   Sisifo, de Tiziano Vecellio, 1548-1549.

Já ouviu falar da Ressonância Shumann?
Grosseiramente, o nome se refere a um dos campos eletromagnéticos que envolvem a terra.
Desde 1980 esse campo vem sendo alterado, assim como a nossa percepção do tempo. O pulso dessas ondas aumentou nas últimas décadas, descompassando e acelerando a vida na Terra. Isso tem influência direta no nosso ritmo biológico (cientistas da NASA perceberam que astronautas ficavam doentes e desorientados em lugares onde a ressonância Shumann não estava presente. Hoje as naves são equipadas com aparelhos que simulam essa frequência).
Já teve a impressão que o tempo está passando rápido demais?
Mal acabou o carnaval e já é natal?
Então!
Dizem alguns, que nossos dias de 24 horas, hoje têm apenas 16.
O problema é quando você trabalha, trabalha e trabalha e essas 16 horas diárias parecem sempre iguais.
Sísifo, após desafiar os deuses, foi condenado eternamente a carregar uma grande rocha nos ombros até o topo de uma montanha; quando ele estava quase chegando, a pedra rolava ao ponto de partida, obrigando-o a começar tudo novamente.
Quando acordamos todos os dias de manhã e a rotina nos faz representar todos os papéis sociais e obrigações do dia anterior e do outro e do outro, mesmo com um possível dia de 16 horas, tudo vira um fardo.
Lembra: "Quando eu chego em casa nada me consola". ?
Mesmo querendo tocar fogo nesse apartamento, essas horas são para procurar novos rumos, novos caminhos, novos sentidos, ressignificações.
É hora de arejar; é hora de férias.
Boa sexta-feira 13.


quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Sobre O Tempo

 “A Máquina do Tempo” é um filme, da década de 1960, baseado no romance de H. G. Wells, que conta a história de um cientista inglês que constrói uma geringonça capaz de transportá-lo ao longo dos séculos.  É um dos filmes preferidos do meu pai que, ainda moleque,”gazeteou” (como ele diz) aula, por uma semana, pra ir ao cinema, rever o filme, de tanto que gostou.

    Em “Operação Cavalo de Tróia”, J.J. Benitez descreve uma missão secreta da Força Aérea Americana que retorna à Jerusalém, do início da Era Cristã, para provar a existência de Jesus.  Gasta bem umas cinquentas páginas para provar, por a+b, que é, cientificamente possível, viajar através da História.

    Confesso que esse foi um tema que sempre me atraiu.   E tenho pensado muito em como seria foda ter uma máquina dessas, ultimamente.  Vocês já notaram como o tempo anda passando rápído demais? Putz, noutro dia ainda era julho, agora já estamos quase na metade de setembro!  Tá, estamos na Era da Informação, blábláblá, mas tô com a teoria de uma amiga e não abro:  há algo muito estranho acontecendo.  Vai ver é com os movimentos da Terra...

    Noutro dia mesmo, estava vendo tv, e vi que vão reprisar, mais uma vez, a telenovela “Mulheres de Areia”.  O remake, com Glória Pires no papel de Ruth e Raquel, foi ao ar no já distante 93 e foi exibido novamente no Vale A Pena Ver de Novo, em 97.  Gostei da ideia, porque é uma novela que me traz boas lembranças, me faz lembrar da adolescência.  Mas aí, a ficha caiu:  Porra, já se vão 18 anos!  Isso quer dizer que já tem quase 20 anos que fui adolescente?!  Caraca.

    Juro que se esse papo de máquina do tempo fosse real, ia dar umas voltinhas aí nela e aproveitar pra dar uma atrasadinha no relógio.  Porque, fala sério: daqui a pouco já é Natal, Ano Novo, Carnaval e Natal outra vez...  Enfim:  foda.