sexta-feira, 15 de outubro de 2021

10 dias trancados num quarto

Olá pessoal!

Já estamos em Edimburgo, chegamos há mais ou menos um mês. Hoje eu gostaria de compartilhar um pouco como foram os nosso primeiros dias aqui no UK.

Bem, como comentei no post do mês passado, tivemos que ficar de quarentena num hotel, pois o Brasil está na lista vermelha do UK. Infelizmente, o viajante não tem permissão para escolher o hotel. Ao contrário, é alocado para um dos hotéis credenciados pelo governo Britânico e preparado para gerenciar a quarentena.

O controle de quem deve ou não ir para o hotel é feito logo no aeroporto, ao passar pela imigração. Após conferir os seus documentos, assim como o motivo da viagem, o fiscal chama alguém para te acompanhar até uma sessão especial, destinada para os viajantes de países da lista vermelha. Nesse local, tem uma esteira para retirada de bagagem, e alguns fiscais vigiando os pessoal.

Um dos nossos ficais era um senhor escocês bem humorado! Ele nos tratou muito bem e conversou um pouco com a gente. Abriu um grande sorriso quando dissemos que somos brasileiros e logo perguntou "Vocês gostam de festa e Whiskey? Aqui a gente tem!". Nos sentimos acolhidos e bem-vindos.

Depois te pegarmos a nossas malas, aguardamos mais um pouco na salinha até que chegou outro fiscal, com um sotaque escocês fortíssimo que nos separou em várias filas, cada fila com um destino (ônibus) diferente. O ônibus foi parando em vários hotéis da cidade, até que chegou no nosso: Holiday Inn Express, um hotel 4 estrelas. Estava um dia lindo, céu limpo, ensolarado e não muito frio. Então, foi um pequeno tour bem agradável. 

Ao chegar no hotel, logo de cara tivemos que higienizar as mãos e trocar as nossas máscaras por máscaras cirúrgicas. O check-in foi bem rápido e tranquilo. O nosso quarto era bonito e colorido, não muito grande e também não muito pequeno. Além da cama queen, tinha uma pequeno sofá cama e uma mesa de estudos. A melhor parte era a janela enooooorme, com uma vista linda, o que nos ajudou muito a sobreviver ao confinamento por 10 dias. Conseguíamos ver o castelo da nossa janela.

Éramos obrigados a ficar praticamente o tempo inteiro no quarto. No corredor sempre tinha um ou dois fiscais. Se a gente abrisse a porta, eles logo vinham verificar o que estava acontecendo. Tínhamos permissão para descer ao pátio para tomar um ar e fazer exercícios. A regra permitia que cada pessoa ficasse no pátio 15 min por dia, mas como o hotel estava vazio, nos deixavam ficar mais tempo e até mesmo descer mais de uma vez por dia. Para descer, tínhamos que interfonar para o fiscais, avisando que gostaríamos de sair do quarto e aguardá-los baterem na nossa porta. Somente então podíamos sair, sempre com máscara. Em todo o nosso caminho, sempre tinham mais ficais posicionaos em estações específicas. Ao passarmos por elas, tínhamos que informar o número do nosso quarto. Eles anotavam o número num papel e também falava por rádio com o próximo colega, avisando que iríamos passar. A maioria desses ficais eram imigrantes e não pareciam ter um treinamento formal como seguranças.

Todas as refeições eram feitas dentro do quarto. Para evitar o contato entre o funcionário do hotel e a gente, a refeição era deixada na porta do quarto, eles batiam na porta para avisar que a comida chegou, mas logo saiam. Ou seja, não entregavam nas nossas mãos, não tinham contato com a gente. Recebíamos três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar. Para o café da manhã, podíamos escolher entre duas opões: continental (cereais, iogurte, frutas, croissant, geleia e manteiga) ou English (toast, ovos, salsichas, bacon). Não era possível escolher o almoço, que costumava ser uma sopa, sanduíche ou salada. Para o jantar, podíamos escolher entre três opções, que mudavam diariamente. Toda manhã, alguém nos ligava oferecendo as opções de jantar do dia seguinte. 

Nos dias 2 e 8, tivemos que fazer o teste PCR. Nesses dois dias, um profissional de saúde foi até o nosso quarto entregar kits e nós mesmos fizemos as coletas de SWAB nasal. Uma hora depois de entregar os kits, o mesmo profissional veio recolhê-los. O resultado do teste ficava pronto dois dias depois e chegava por e-mail. 

O check-out do hotel só pode ser realizado depois de receber o resultado negativo do teste realizado no dia 08 (cujo resultado chega no dia 10). Nós saímos do hotel e fomos para um apartamento que alugamos pelo Airbnb. No mês que vem, contarei um pouco sobre esse apartamento no qual estamos agora e também sobre a saga para procurar uma casa para ficarmos por mais tempo.

Deixo vocês essa imagem, demonstrando a visão que tínhamos do nosso quarto de hotel. Nessa imagem não dá para ver o castelo, que está localizado mais para direita. Minha câmera não é boa o suficiente para me permitir tirar uma foto de boa qualidade mostrando o castelo.



Até breve ;)


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