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terça-feira, 15 de março de 2022

São Paulo 0 X Edimburgo 1 (Coleta de lixo)

Fala galera!

Acreditam que já vai fazer 6 meses que estamos na Escócia? O tempo passou muito rápido! 

Ao contrário do que parece, o título desse post não se refere a um jogo de futebol, nem a nenhum outro jogo. Como comemoração aos 6 meses vivendo em Edimburgo, vou iniciar uma séries de posts contando alguns detalhes do dia a dia da vida aqui, fazendo um contraste com São Paulo, minha cidade natal. 

Vamos começar falando sobre a coleta de lixo. Aqui no Reino Unido, a coleta de lixo é muito organizada! Para começar, a prefeitura fornece 5 lixeiras diferentes (veja exemplos na imagem abaixo), uma para cada tipo de material:

  • Vidro: não é bem uma lixeira, é mais uma caixa de plástico sem tampa. Essa não tem uma cor específica, cada casa pode receber uma cor. Mas ela é fácilmente identificada pelo formato diferenciado.
  • Comida (crua ou cozida): é uma lixeira pequena da cor cinza - tem um exemplo na foto.
  • Recicláveis: é uma lixeira bem grande da cor verde (veja foto). Aqui, devemos colocar papel, papelão, garrafas de plástico.
  • Jardim: é igual a lixeira de recicláveis, mas da cor marrom.
  • Todos os demais: o formato da lixeira é igual o da lixeira de recicláves, mas a cor é cinza e ela é mais fina, propositalmente pensada para caber menos lixo. 




O caminhão de lixo passa uma vez por semana. Aqui no nosso bairro é na quinta-feira. Semanalmente, os restos de comida são levados embora. Já os recicláveis e não recicláveis são coletados a cada quinze dias, na forma de revezamento: numa quinta-feira leva-se o lixo reciclável e na outra quinta o não reciclável. O lixo de jardim é coletado uma vez por mês.

Para quem mora em casa, essas lixeiras não são fixas na rua. Elas devem ser guardadas no jardim ou em algum cantinho perto da sua casa. Daí, no dia de coleta, você coloca para fora, como indicado na foto. Para quem mora em apartamento, as lixeiras tem outro formato - são maiores - e ficam fixas na rua, mas a divisão da coleta seletiva é igual.

Aqui em Edimbirgo venta MUITO! Então, é muito comum perder a lixeira pequena de comida. O vento é tão forte que leva ela embora para um lugar que ninguém acha ou pode até quebrar. Nesse caso, a gente precisa ir no site da prefeitura e solicitar uma nova, que é entregue em poucos dias. O vento também costuma tombar as lixeiras grandes, e nesse caso o lixo que está lá dentro sai voando pela cidade. Vira e mexe encontramos um saco plástico preso numa árvore, culpa do vento.

Em São Paulo, não tinha nada disso! No bairro onde nasci e vivi a maior parte da minha vida (uns 28 anos), a coleta de lixo passava duas vezes por semana e não tinha coleta seletiva. A gente separava os materiais recicláveis em casa por conta própria e entregava para uma cooperativa.

Portanto, no questio coleta de lixo, pelo menos ao meu ver, Edimburgo (e o UK em geral) dá um banho de organização em São Paulo (parafraseando a senhora minha mãe). Por isso, o nosso placar de hoje é São Paulo 0 X Edimburgo 1.

No próximo post, vou escrever sobre o transporte coletivo. Depois me conta aqui nos comentário o que você gostaria de saber sobre Edimburgo, que daí eu preparo um post especial.


Abraços!

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sábado, 15 de janeiro de 2022

Quando o governo leva a pandemia a sério

Pessoal, feliz 2022 para vocês!!!

Passamos o réveillon com aqui em Edinburgh mesmo com dois amigos brasileiros. Um deles mora aqui, o outro veio visitar e voltaria para o Brasil logo após o ano novo. Como procedimento padrão, seria necessário fazer o PCR alguns dias antes da viagem. Esse amigo tomou vários cuidados pré-viagem, evitou encontrar pessoas e aglomerar. 

O exame PCR estava agendado para 31/12/2021. Antes de ir coletar o PCR, ele fez um exame rápido (aqui chamado de lateral flow), que deu negativo. Então, ficamos tranquilos e fomos encontrar com ele para passar o réveillon juntos. 

Dois dias depois, o resultado do PCR chegou: positivo!!! O cara estava sem sintomas, o lateral flow deu negativo, mas o PCR deu positivo. Lucas e eu fomos imediatamente fazer um lateral flow também, que felizmente deu negativo. No dia seguinte, recebemos um e-mail do NHS (o SUS daqui) informando que nós éramos contatos próximos de alguém com COVID e por isso tínhamos a obrigação legal de nos isolarmos por 10 dias. O e-mail também dizia que se suspeitassem que estávamos desrespeitando o isolamento, a polícia poderia ser acionada! A gente também precisava fazer o exame PCR. Recebemos o kit de coleta na nossa casa e nós mesmos fizemos a coleta do SWAB nasal. Como estávamos em isolamento, não poderíamos entrar nos correios (aqui chamado de Royal Mail). Mas aqui é tão moderno que tem um lugar especial para depositar a correspondência (vejam foto). Então, eu fui até lá levar a nossa amostra biológica, que seria analisada pelo NHS. O resultado chegou por e-mail em dois dias e também foi negativo.



Outra coisa legal é que esse teste rápido - lateral flow - é distribuído gratuitamente. É possível retirá-los em alguma farmácia ou fazer um pedido pelo site do governo e daí entregam na sua casa. O lateral flow serve para pessoas sem sintomas que pretendem encontrar algum grupo de pessoas. Por exemplo, tive que ir para uma reunião presencial da universidade. Como eu estava sem sintomas, fiz o lateral flow, que deu negativo, então eu estava liberada para ir no encontro presencial. Se o lateral flow fosse positivo, eu obviamente não teria ido ao encontro. E, obviamente de novo, seu eu estivesse com sintomas também não teria ido ao encontro. Outro exemplo: o eletricista virá aqui em casa fazer uma vistoria. Como estaremos em casa quando ele vier, nós dois teremos fazer o lateral flow um dia antes da visita. Se o resultado der positivo, teremos que cancelar a visita.

Cada vez que fazemos um lateral flow, devemos cadastrar os resultados no site do governo. Não importa se o resultado foi negativo, positivo ou inconclusivo. Temos que reportar!

Ficaram impressionados? Eu também!!! Dá gosto morar num país que leva a pandemia a sério.

Até breve!
Jacque.


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sexta-feira, 15 de outubro de 2021

10 dias trancados num quarto

Olá pessoal!

Já estamos em Edimburgo, chegamos há mais ou menos um mês. Hoje eu gostaria de compartilhar um pouco como foram os nosso primeiros dias aqui no UK.

Bem, como comentei no post do mês passado, tivemos que ficar de quarentena num hotel, pois o Brasil está na lista vermelha do UK. Infelizmente, o viajante não tem permissão para escolher o hotel. Ao contrário, é alocado para um dos hotéis credenciados pelo governo Britânico e preparado para gerenciar a quarentena.

O controle de quem deve ou não ir para o hotel é feito logo no aeroporto, ao passar pela imigração. Após conferir os seus documentos, assim como o motivo da viagem, o fiscal chama alguém para te acompanhar até uma sessão especial, destinada para os viajantes de países da lista vermelha. Nesse local, tem uma esteira para retirada de bagagem, e alguns fiscais vigiando os pessoal.

Um dos nossos ficais era um senhor escocês bem humorado! Ele nos tratou muito bem e conversou um pouco com a gente. Abriu um grande sorriso quando dissemos que somos brasileiros e logo perguntou "Vocês gostam de festa e Whiskey? Aqui a gente tem!". Nos sentimos acolhidos e bem-vindos.

Depois te pegarmos a nossas malas, aguardamos mais um pouco na salinha até que chegou outro fiscal, com um sotaque escocês fortíssimo que nos separou em várias filas, cada fila com um destino (ônibus) diferente. O ônibus foi parando em vários hotéis da cidade, até que chegou no nosso: Holiday Inn Express, um hotel 4 estrelas. Estava um dia lindo, céu limpo, ensolarado e não muito frio. Então, foi um pequeno tour bem agradável. 

Ao chegar no hotel, logo de cara tivemos que higienizar as mãos e trocar as nossas máscaras por máscaras cirúrgicas. O check-in foi bem rápido e tranquilo. O nosso quarto era bonito e colorido, não muito grande e também não muito pequeno. Além da cama queen, tinha uma pequeno sofá cama e uma mesa de estudos. A melhor parte era a janela enooooorme, com uma vista linda, o que nos ajudou muito a sobreviver ao confinamento por 10 dias. Conseguíamos ver o castelo da nossa janela.

Éramos obrigados a ficar praticamente o tempo inteiro no quarto. No corredor sempre tinha um ou dois fiscais. Se a gente abrisse a porta, eles logo vinham verificar o que estava acontecendo. Tínhamos permissão para descer ao pátio para tomar um ar e fazer exercícios. A regra permitia que cada pessoa ficasse no pátio 15 min por dia, mas como o hotel estava vazio, nos deixavam ficar mais tempo e até mesmo descer mais de uma vez por dia. Para descer, tínhamos que interfonar para o fiscais, avisando que gostaríamos de sair do quarto e aguardá-los baterem na nossa porta. Somente então podíamos sair, sempre com máscara. Em todo o nosso caminho, sempre tinham mais ficais posicionaos em estações específicas. Ao passarmos por elas, tínhamos que informar o número do nosso quarto. Eles anotavam o número num papel e também falava por rádio com o próximo colega, avisando que iríamos passar. A maioria desses ficais eram imigrantes e não pareciam ter um treinamento formal como seguranças.

Todas as refeições eram feitas dentro do quarto. Para evitar o contato entre o funcionário do hotel e a gente, a refeição era deixada na porta do quarto, eles batiam na porta para avisar que a comida chegou, mas logo saiam. Ou seja, não entregavam nas nossas mãos, não tinham contato com a gente. Recebíamos três refeições por dia: café da manhã, almoço e jantar. Para o café da manhã, podíamos escolher entre duas opões: continental (cereais, iogurte, frutas, croissant, geleia e manteiga) ou English (toast, ovos, salsichas, bacon). Não era possível escolher o almoço, que costumava ser uma sopa, sanduíche ou salada. Para o jantar, podíamos escolher entre três opções, que mudavam diariamente. Toda manhã, alguém nos ligava oferecendo as opções de jantar do dia seguinte. 

Nos dias 2 e 8, tivemos que fazer o teste PCR. Nesses dois dias, um profissional de saúde foi até o nosso quarto entregar kits e nós mesmos fizemos as coletas de SWAB nasal. Uma hora depois de entregar os kits, o mesmo profissional veio recolhê-los. O resultado do teste ficava pronto dois dias depois e chegava por e-mail. 

O check-out do hotel só pode ser realizado depois de receber o resultado negativo do teste realizado no dia 08 (cujo resultado chega no dia 10). Nós saímos do hotel e fomos para um apartamento que alugamos pelo Airbnb. No mês que vem, contarei um pouco sobre esse apartamento no qual estamos agora e também sobre a saga para procurar uma casa para ficarmos por mais tempo.

Deixo vocês essa imagem, demonstrando a visão que tínhamos do nosso quarto de hotel. Nessa imagem não dá para ver o castelo, que está localizado mais para direita. Minha câmera não é boa o suficiente para me permitir tirar uma foto de boa qualidade mostrando o castelo.



Até breve ;)


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terça-feira, 15 de junho de 2021

Visto de estudante no UK

Olá pessoal,

Como contei em um post anterior, em outubro desse ano vou começar o doutorado na Escócia. Antes de viajar, preciso então obter uma permissão para morar e estudar no UK, ou seja, o tal do visto. 

Até pouco tempo, o visto de estudante no UK era conhecido como Tier 4. Essa nomenclatura não é mais usada. Agora o visto de estudante é conhecido como Student VISA. O que é necessário para aplicar para solicitar um Student VISA? Bem, isso pode mudar com o tempo. Então, o ideal é sempre consultar o site oficial do governo britânico para obter informações detalhadas. 

Para te dar uma ideia geral de como se preparar para dar entrada no visto, deixo aqui um resumo das principais exigências, ilustrando com os meus exemplos pessoais.

- CAS (Confirmation of Acceptance for Studies): é um documento emitido pela instituição de ensino que vai te receber, somente depois que você foi aprovado no processo seletivo e aceitou a oferta de estudos. Em alguns casos (como o meu) não chega a ser um documento, apenas um código alfanumérico encontrado na "offer letter" ou na intranet da universidade.

- ATAS (somente em alguns casos): quem vai estudar assuntos "perigosos" (na minha interpretação), precisará de um ATAS cleareance. O que seria uma área de estudos perigosa? Alguns exemplos são tecnologias militares e armas de destruição em massa. A verdade, é que não é muito evidente quais áreas requerem ou não um ATAS. A dica é sempre consultar a sua "offer letter" para saber se será necessário. Por exemplo, no meu doutorado vou estudar Agricultura e Segurança Alimentar. Eu pessoalmente não vejo nada de perigoso nisso, e nunca imaginei que eu fosse precisar de uma ATAS. Mas a minha "offer letter" dizia que era necessário ter o ATAS. Então, eu precisei preencher um formulário longo contando toda a minha trajetória profissional e acadêmica e aguardar a análise, que pode demorar algumas semanas. 

- Prova de conhecimento de inglês: geralmente você comprova o conhecimento de inglês fazendo um teste de proficiência (ex. IELTS ou TOEFL). A nota exigida no teste vai depender do seu nível de estudos no UK (se é curso superior ou não). Quem já tem um diploma de um curso em inglês, pode usar o diploma como prova da proficiência. Exemplo: como fiz mestrado na Inglaterra com uma bolsa Chevening, usei o meu diploma do mestrado para comprovar o meu conhecimento de inglês quando solicitei o visto para o doutorado. Não precisei fazer o IELTS de novo (ufa!).

- Dinheiro: preparem o bolso, meus amigos! Aplicar para A inscrição para o visto custa 348 libras esterlinas por cabeça! Além desse custo, também será necessário pagar o Healthcare Surcharge (direito de usar o sistema de saúde britânico, na minha interpretação). O valor é 470 libras por ano (no meu caso, vezes 4 anos = 1880 libras). Esse valor precisa ser pago a vista antes de prosseguir com o visto. Os felizardos que ganharam uma bolsa Chevening não precisam se preocupar com esses dois gastos, pois eles são cobertos pela bolsa. Por fim, pode ser necessário comprovar que você tem dinheiro suficiente para se manter no UK (mostrar extrato bancário). O montante é de mais ou menos 500 libras por mês para cobrir ao menos 9 meses (= 4500 libras). O Brasil é um dos países para o quais esse documento não chega a ser uma exigência, mas pode ser solicitado pelo governo britânico durante a análise do visto. Quem tem uma bolsa de estudos com stipend (salário mensal) dificilmente precisará apresentar o extrato bancário. Eu, por exemplo, contei com a sorte e fiz a inscrição do visto sem enviar o extrato bancário. Ao invés disso, anexei a minha "award letter" (carta dizendo que eu teria um salário doutoranda). Foi o suficiente para o meu caso. 

Em resumo, eu diria que a inscrição para o visto em si não é complicada. Basta preencher os formulários com muita atenção. Entretanto, antes de chegar na fase de solicitar o visto, você precisará de semanas, talvez meses preparando os documentos necessários e organizando o seu orçamento.

Espero que esse resumão te ajude a planejar esses detalhes. Fico à disposição para trocar um ideia se você tiver dúvidas. Deixei seu comentário aqui ou me escreva no Twitter (@silvajacaqueline).


PS: repare que preferi não usar a expressão "aplicar para o visto", pois isso seria um falso cognato. Segundo minha amiga e professora de inglês. Fernanda Penna, falso cognato são palavras que PARECEM algo em português, mas significam algo diferente em inglês. Um pouco mais disso nesse post aqui.


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